O prefeito de Aparecida (SP), Luiz de Siqueira (Podemos), cuja cidade foi citada em live de Jair Bolsonaro, diz que o município deixou de receber R$ 1 bilhão em um ano e está “totalmente quebrado”.
Ele diz que não nega a gravidade da pandemia, mas que as pessoas estão passando fome e sua gestão precisa de ajuda e doações para lidar com isso. Segundo Siqueira, 95% da atividade econômica está relacionada ao turismo religioso, que leva cerca de 12 milhões de pessoas à cidade por ano.
“Hotéis, cerca de 350, estão fechados, restaurantes, lojas, demitiram todo mundo e estão fechados. As fabriquetas de artigos religiosos estão paradas. Uma cidade que recebia até 170 mil pessoas aos domingos, alegre, hoje é uma cidade triste, tudo parado”, diz. Ele lembra também dos ambulantes, cerca de 2.500, que estão sem atividades.
“Quem não vive de peregrinação, os 5%, são mercadinhos e padarias de bairro, por exemplo, que dependem do dinheiro daqueles envolvidos no turismo religioso. Vivemos uma tragédia socioeconômica”.
O prefeito afirma ter distribuído 4 toneladas de peixes doados assim que as recebeu de uma empresária. Siqueira reuniu-se com João Roma (Cidadania) na semana passada e pediu 15 mil cestas básicas. O ministro não deu números, mas prometeu ajudar e é esperado em Aparecida nesta semana
“As pessoas estão subjugadas. Nenhum pai ou mãe terá dignidade se não levar para a sua casa o santo pão de cada dia. Quem não come não tem dignidade”, diz Siqueira. “Não pedi ao ministro nada mais que cestas básicas. Não fui pedir recurso. Como cristão, pedi alimento para o povo. E ele assumiu esse compromisso comigo.”
Na região, 82,3% dos leitos de UTI para Covid-19 estão ocupados. Aparecida vive novo pico da pandemia, registrando seus índices de contaminação mais altos desde o primeiro semestre do ano passado.