Secretário de estado da Cultura, o vereador de São Luís licenciado Paulo Victor (PCdoB) foi recebido pelo ex-presidente da República, José Sarney, 94 anos, na residência do político na sexta-feira, 13. Victor foi até Sarney convidá-lo para participar da abertura oficial da 28ª Semana Nacional de Museu que acontece nesta segunda-feira, 16, em São Luís, na Fundação da memória Republicana Brasileira.
Paulo Victor é presidente interino da Fundação da Memória Republicana do Brasil. Ele substituiu o secretário de estado da Educação no Governo Flávio Dino, Felipe Camarão, atualmente filiado ao PT e apontado como pré-candidato a vice-governador na chapa do pré-candidato Carlos Brandão (PSB).
A fundação, instalada no Convento das Mercês, foi criada pela Lei Nº 9.479, de 21 de outubro de 2011, sancionada pela governadora Roseana Sarney no segundo mandato como chefe do Executivo estadual. Uma investigação aberta pelo Ministério Público sobre a situação jurídica da instituição, que passou de privada para pública, terminou sendo arquivada.
No primeiro mandato do governador Flávio Dino a fundação foi alijada da política cultural do governo. Foi o ex-presidente José Sarney quem deu o aval para que Felipe Camarão presidisse a Fundação devido a estreita relação familiar entre os filhões do político com a família do ex-secretário.
Dois veículos, uma caravan 1983 e um Galaxy Landau de 1982, utilizados pelo ex-presidente durante seu mandato entre 1985 e 1990 estão entre as peças do acervo do museu. Telas que retratam familiares do Sarney como padres, freiras e apóstolos foram retiradas do itinerário da exposição permanente.
Em postagem nas redes sociais, o atual secretário de estado da Cultura, Paulo Victor, derrama elogios ao político a quem atribui visão privilegiada.
Para saber mais sobre o assunto há relato extenso no livro “O caso do Convento das Mercês”, de autoria do jornalista Emílio Azevedo, lançado em 2006 (Litograf- São Luís.MA). Segundo a sinopse, o livro revela os detalhes de um golpe montado para que um presidente da República pudesse ter, ilegalmente, o domínio, a propriedade e a posse sobre um imenso e valioso prédio público tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional”.