Apenas dois dos 27 diretórios estaduais do MDB tem uma mulher na direção: a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney; e a senadora Rose de Freitas, do Espírito Santos.
Os homens estão em maioria no partido que tem a senadora Simone Tebet (MS) como candidata à Presidência da República. Eles estão em maioria na disputa aos executivos estaduais com percentual de 80% e pouco mais de 70% dos nomes em vias de concorrer ao Senado.
Para o governo, há duas pré-candidatas apresentadas: Mara Rocha, no Acre, e Teresa Surita, em Roraima. Há oito homens na disputa pelo MDB.
No caso do Senado, são duas mulheres: Jéssica Sales, no Acre, e Rose de Freitas, no Espírito Santo. Há cinco homens na corrida. Como as convenções ainda não foram realizadas, o cenário pode sofrer alterações.
O discurso da Simone Tebet, de que ‘mulher vota em mulher’, entra em contradição com o MDB, porque não há essa tradição de incentivar a entrada das mulheres na política. Isso vale para espaço e cargos na burocracia interna do partido, mas também para incentivos financeiros.
Para Tebet, o MDB “é o partido que mais promove a participação feminina” e foi pioneiro ao assinar o acordo com o TSE tratando dos comandos locais.
“O MDB está lançando uma mulher à Presidência da República. Como maior partido do Brasil, segue, como no passado, na vanguarda, abrindo caminhos para melhorar a representatividade feminina no país”.
Na comparação com o pleito de 2018, os números do MDB representam um avanço, mas são bem próximos da proporção de candidaturas femininas em 2014, ano em que o partido elegeu mais mulheres do que homens ao Senado.
Para o Executivo estadual, há oito anos, foram eleitos seis governadores — nenhuma mulher foi candidata. Já em 2018, a sigla não conseguiu emplacar nenhuma de suas duas candidatas ao Senado, mesmo caso da única mulher disputando um governo estadual.
Na América Latina, o Brasil só está à frente do Haiti na lista de países com menos mulheres na política, segundo o ranking da União Interparlamentar, que representa os legislativos mundiais.
Apesar de representarem mais da metade do eleitorado, apenas 16% das cadeiras do Legislativo federal são ocupadas por mulheres. Duas mulheres estão no executivo estadual entre as 27 unidades da Federação.
No ano passado, o Congresso reservou uma parcela mínima de 30% do Fundo Eleitoral às candidaturas femininas. No caso do MDB, a legenda formalizou um compromisso com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir pelo menos 30% das vagas de comandos dos diretórios nas esferas federal, estadual e municipal às mulheres.
Há também na sigla, desde 1985, o MDB Mulher, núcleo dedicado a incentivar a participação feminina na política.