DO SRzd
A tradicionalíssima Estácio de Sá foi a quarta escola a se apresentar na primeira noite de desfiles do Grupo de Acesso na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro.
Única campeã do Especial nesta divisão, a vermelha e branca superou a evidente restrição de recursos com talento de sua ala musical, da bateria Medalha de Ouro e de sua comunidade, mostrando a importância de ter por trás de qualquer desfile, uma verdadeira escola de samba.
Para este ano, a Estácio apostou num tema chamado no segmento de CEP. Porém, construiu uma fábula criada pelo carnavalesco Mauro Leite, que assina seu segundo trabalho na vermelha e branca.
Na Avenida, a primeira escola de samba do Brasil apresentou o enredo São João, São Luís, Maranhão! Acende a fogueira do meu coração.
Célia Souto: “Estácio chega dando o tom com muita alegria, segurança, samba no pé e canto vibrante. Os componentes demonstram domínio e entrosamento entre canto e ritmo. As alas se empenham para manter a regularidade da evolução demonstrando um desfile equilibrado e empolgante”.
Eliane Souza: “Feliciano Júnior, um gentil mestre-sala, dançou para o seu pavilhão e para sua dama. Ele a cortejou e conduziu em sua dança, edificando o bailado, de forma atualizada e com muita elegância e determinação. A linda Alcione, que domina sua coreografia, se deixou seduzir e dançou lindamente! O belo casal, moderno em sua performance, bailou preservando os movimentos obrigatórios do bailado! Lindeza de apreciar”.
Jaime Cezário: “O enredo da Estácio de Sá passeou pelo folclore maranhense, abordando as festas juninas da cidade de São Luís. Uma ótima escolha para a escola com pouco recurso financeiro. Foi claro e explicou corretamente tudo que foi fornecido em seu roteiro. Nos figurinos, apresentou, do início ao fim do desfile, um colorido exuberante. Combinação ousada que deu o toque diferenciado, até esse momento dos desfiles da noite. Materiais baratos utilizados e muito bem combinados, como pastilhados, nylon dublado, cetins e feltros. O detalhe chato, ficou por conta da ala de passistas que desfilou sem fantasias. As alegorias seguiram o colorido exuberante das fantasias e a utilização de materiais baratos e bem adequados. Carros grandes, porém, com pequenos problemas de acabamento”.
Cadu Zugliani: “O samba da Estácio cresceu demais na Avenida. Carro de som e bateria encontraram uma cadência que funcionou do início ao fim do desfile. Tiganá, que já conquistou o prêmio SRzd, fez uma boa apresentação com um carro de som bem ensaiado. Voltando ao samba, destaque para o refrão do meio com uma melodia mais dolente. O refrão de baixo teve a pegada característica da Estácio de Sá. Belo desfile na parte musical”.
Cláudio Francioni: “A bateria da Estácio de Sá fez um bom desfile. Com um andamento um pouco mais conservador em relação às suas tradições, a Medalha de Ouro trouxe um bom equilíbrio entre os timbres e uma excelente ala de tamborins, com um bom desenho e excelente execução. Mestre Chuvisco buscou adequar ao enredo a maioria das bossas, executando levadas de ritmos tradicionais e populares no Maranhão, como o reggae, o xote, o xaxado e o boi bumbá. Desta última manifestação, trouxeram também alguns instrumentos típicos, como o pandeirão na frente da bateria e as matracas nas mãos dos diretores. Com pouca emissão sonora, estes instrumentos serviram mais como elemento cênico e para marcar tempo para os ritmistas no fim de uma das bossas. As convenções foram bem executadas na frente dos três módulos”.
Wallace Safra: “Os Santos e os brincantes; a comissão de frente apresentou um cortejo sagrado com aspectos de uma festa popular do Maranhão. Com uma coreografia repleta de sons, energia e impactos positivos no público. A coreógrafa Ariadne Lax, trouxe um time forte e homogêneo de bailarinos, agregou uma boa plástica e simplicidade nos figurinos, mas faltou um pouco de interação com o elemento coreográfico. Comissão se resume a intensidade e um bom resultado. A ala de passistas representaria em suas fantasias a figura indígena e os saberes dos povos originários, mas, infelizmente, passou sem o figurino por problemas com a entrega das fantasias. Contudo, a ala mostrou força, garra, simpatia e muito samba no pé! Uma ala de passistas merece ser respeitada. Fica aqui todo nosso carinho e admiração a ala de passistas da Estácio de Sá e a queridíssima Aldione Senna”.
Rachel Valença: “Com visíveis problemas de fantasias inacabadas ou não entregues – na ala de passistas, por exemplo -, a Estácio de Sá desfilou como grande escola de samba que é. Isso faz toda a diferença. Única da Série Ouro a ostentar o título de campeã do carnaval, em 1992, desfilou soberana, minimizando os problemas que a atrapalharam”.
veja aquem desfilou no Acesso:
+ sexta-feira , 17 de fevereiro:
1ª – Arranco do Engenho de Dentro
2ª – Lins Imperial
3ª – Vigário Geral
4ª – Estácio de Sá
5ª – Unidos de Padre Miguel
6ª – Acadêmicos de Niterói
7ª – São Clemente
+ sábado , 18 de fevereiro:
1ª – União de Jacarepaguá
2ª – Unidos da Ponte
3ª – Unidos de Bangu
4ª – Em Cima da Hora
5ª – Unidos do Porto da Pedra (escolha de posição feita pela escola)
6ª – União da Ilha do Governador
7ª – Império da Tijuca
8ª – Inocentes de Belford Roxo