Em mais de cem anos de existência, o pedido de desligamento do escritor Joaquim Itapary é o segundo da história da Academia Maranhense de Letras, fundada em 10 de agosto de 1908. O primeiro pedido foi protagonizado por Nascimento de Morais Filho (Cadeira Nº 37), indignado com o ingresso do então governador Pedro Neiva de Santana nos quadros do sócios da Casa de Antonio Lobo.
Como o estatuto não prevê desligamento, assim como ocorreu com Nascimento de Moraes Filho, autor de “Esperando a missa do Galo”, a vaga de Joaquim Itapary (Cadeira Nº 04) somente será aberta com seu falecimento. Aos 86 anos, o imortal nascido em São Bento pediu desligamento da instituição, alegando discordâncias políticas externas à academia. A entidade não se pronunciou publicamente sobre o episódio Itapary.
A Academia Maranhense de Letras é formada por 40 membros. Esse número foi fixado na reforma estatutária de 1946. Fundada no salão de leitura da Biblioteca Pública do Estrado, compõs-se inicialmente de 20 cadeiras. O grupo dos 12 fundadores era formado por Antônio Lobo, Alfredo de Assis, Astolfo Marques, Barbosa de Godois, Corrêa de Araújo, Clodoaldo Cardoso de Freitas, Domingos Barbosa, Fran Paxeco, Godofredo Viana, IU. Xavuier de Carvalho, Ribeiro do Amaral e Vieira da Silva. A sessão inaugural da atividades da AML ocorreu a 7 de setembro de 1908. Foi seu primeiro presidente o professore e historiador Ribeiro do Amaral, o mais idoso entre os membros.
Deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores, prefeitos e outros titulares de cargos estiveram sempre nos quadros da Academia. Foi o governador Sebastião Archer que doou (Lei n 320, de 3 de fevereiro de 1949) o prédio em que está instalada até hoje a AML.
Curiosidades:
Entre 1966 e 1983, o professor Luiz de Moraes Rego ocupou a secretaria, vice-presidência e presidência da Academia Maranhense de Letras.
O governador João Castelo Ribeiro Gonçalves enviou à Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão a Lei nº 4.350, de 31 de outubro de 1981, determinando o pagamento mensal à academia, de uma subvenção correspondente a dez salários mínimos.
Os acadêmicos usam em sessões solene uma medalha-colar com o desenho do sinete e “ex-libris”.