Em visita a Goiânia (GO), estive na Rua 57, um dos cenários do acidente com o Césio 137.
É considerado o maior acidente radioativo do mundo, fora de uma usina nuclear.
Ocorreu em 1987, depois que dois catadores de sucatas pegaram um equipamento abandonado na antiga sede do Instituto de Radiologia de Goiânia.
A manipulação do equipamento, que continha o material radioativo Césio 137, continuou numa casa da Rua 57 (Setor Central de Goiânia), onde morava um dos catadores.
A casa foi demolida. O lote onde ela ficava, concretado.
Os catadores venderam o equipamento para um ferro-velho. A radiação se espalhou.
O lote onde ficava o ferro-velho, no Setor Aeroporto, também foi concretado, após a tragédia.
No lugar da antiga sede do Instituto de Radiologia de Goiânia, foi construído o Centro de Convenções da cidade.
Vítimas e lixo radioativo
Mais de 100 mil pessoas tiveram suas vidas abaladas pela manipulação e pela exposição do material radioativo.
Mais de 200 vítimas fatais foram contabilizadas.
Cerca de 6 mil toneladas de lixo nuclear recolhidas após o acidente.
O lixo encontra-se num depósito construído no município de Abadia de Goiânia, pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Relatos da época, e mais recentes, apontam a falta informações e do devido cuidado com o equipamento como as principais causas do acidente.
Quadros remetem à tragédia
Na retrospectiva “Pensamento Insubordinado”, do artista plástico goiano Siron Franco,
considerado um dos maiores nomes das artes plásticas do Brasil e do mundo, fez uma série de quadros intitulada Césio.
Quero, também, suscitar debates sobre o uso da radioatividade em guerras, e sobre o lixo nuclear, principalmente entre as novas gerações.
O título do artigo é o mesmo do documentário dirigido por Luiz Eduardo Jorge, que pode ser visto no YouTube.
Brilho da morte foi o nome dado à luz azul que emanava do Césio 137 pelo dono do então ferro-velho que comprou o equipamento contendo o material radioativo.
Por um mundo sem acidentes radioativos!
Césio 137, nunca mais!