Não foram apenas os comentários do senador Renan Calheiros (MDB-AL) que estimularam o mau humor de Arthur Lira (MDB-AL) com o governo nos últimos dias. O presidente da Câmara também não gostou de o ministro Flávio Dino (Justiça) ter ido, nesta semana, a Alagoas sem convidá-lo para integrar a comitiva. Ao lado do governador Paulo Dantas, aliado de Renan, Dino entregou viaturas policiais. Na conversa com Lula por telefone, Lira relatou que parlamentares estão incomodados por não serem chamados por ministros nas agendas pelo País. A irritação se refletiu no plenário da Câmara. Como mostrou a Coluna, Lira só não deixou a MP dos Ministérios caducar porque até aliados consideraram que ele esticou demais a corda.
• DESUNIDOS.
Lula já admite que errou ao deixar o senador Davi Alcolumbre (União-AP) decidir três vagas de ministros, e agora não sabe qual cabeça cortar. Uma ala grande do União quer a Integração. Reclama que Waldez Góes, aliado de Alcolumbre, não atende aos pedidos dos deputados. E ele nem é filiado ao partido.
• DEVEDOR.
Em conversa com parlamentares, o presidente Lula ironizou: “Alcolumbre pediu três ministérios (para o União), mas só entregou um”. O presidente considera na cota do partido apenas Juscelino Filho (Comunicações). Daniela Carneiro (Turismo) tenta mudar para o Republicanos.
• EQUILIBRISTA.
Em baixa no governo, Juscelino Filho foi à Câmara ajudar Lula a aprovar a MP dos Ministérios e tentar segurar a própria vaga. Ao falar com a Coluna, desconversou: “Vim só rever velhos amigos”.
• DESCONFIANÇA.
A operação da Polícia Federal realizada contra um grupo acusado de fraudar licitação em Alagoas, ontem, levantou suspeitas no entorno do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que a ação pudesse ser uma represália pelas derrotas impostas por ele ao Planalto. Um dos alvos das buscas foi Luciano Ferreira Cavalcante, exassessor de Lira e de seu pai.
• RECEIO.
A bancada do PT teme dificuldades na aprovação de outras medidas provisórias. Ainda há outras MPs na fila, como a que retoma o programa Minha Casa Minha Vida.
• PEGADINHA.
A bancada ruralista comemorou a forma como ficou o formato da Conab na MP dos Ministérios. Para o grupo, o texto forçará o governo a deixar a estrutura do órgão sob o guardachuva do Ministério da Agricultura, e não mais do Desenvolvimento Agrário, em uma derrota ao ministro Paulo Teixeira, do PT.
• TROPA DE CHOQUE.
Advogados ligados ao PT que se opuseram à indicação de Cristiano Zanin ao STF já desmontaram suas campanhas e agora se mobilizam para convencer senadores a aprová-lo. O coordenador do Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho, e Pedro Serrano integram a linha de frente.
• CAIXA-PRETA.
Háreceio entrealguns advogados sobre o que Zanin pensa sobre temas que podem passar pela Corte, como tributação de grandes fortunas, reforma agrária e pauta identitária. Ele mantém perfil discreto e não tem trajetória acadêmica.