Os membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar os atos golpistas do 8 de janeiro devem votar, nesta terça-feira, 6 de junho, o plano de trabalho da relatora Eliziane Gama (PSD-MA). A senadora avaliou os quase 800 requerimentos apresentados por deputados e senadores desde a instalação do colegiado.
Gama afirmou que a CPMI terá como foco identificar os responsáveis pela invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes em Brasília. Além de definir os primeiros depoentes, o plano também vai requisitar documentos de investigações que já correm na Polícia Federal (PF), no Supremo Tribunal Federal (STF), no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
“O nosso foco será voltado para buscar os autores intelectuais e os financiadores do 8 de janeiro. A gente vai também fazer um recorte aí de uma avaliação dos dias anteriores e olhar para o que foi o dia 24 de dezembro, o dia 12 de dezembro. A gente vai fazer um apanhado geral porque o 8 de janeiro não foi o dia 8 de janeiro em si apenas, você tem naturalmente um planejamento anterior e, em cima dessa perspectiva, nós estaremos apresentando o nosso plano de trabalho”, disse a relatora.
Oposição
Membros da oposição trabalham com a tese de que o governo Lula atuou para facilitar a invasão das sedes dos Três Poderes. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) protocolou requerimentos de convocação do ministro da Justiça, Flávio Dino. Além do integrante do Executivo, contudo, o tucano quer a presença do ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres, último ministro da Justiça do governo Bolsonaro.
“Eu não quero defender ou só focar numa coisa, não. Eu quero a verdade como um todo. Então, fiz requerimento convocando alguns policiais, integrantes do Exército, o próprio Anderson Torres. Também entrei com a quebra de sigilo telemático e do celular do Flávio Dino. Eu acho que não vai ter nenhum problema, se ele diz que não tem nada, que não se omitiu em nada, lá vai estar a verdade. Então, o meu objetivo é esse: mostrar a verdade. Para isso, a gente vai ter que de fato ouvir com muita gente, acessar muitos documentos”, disse o senador.
Do Correio com Rádio Senado