Mais de um ano depois de ter anunciado que deixaria a Rússia após o país ter invadido a Ucrânia, a Heineken só conseguiu oficializar sua saída do país na sexta (25), quando vendeu suas operações por 1 euro (cerca de R$ 5,26).
A compradora foi a empresa local Arnest Group, dona de um negócio de embalagens de latas e o maior fabricante russo de aerossóis.
Em números: a segunda maior cervejaria do mundo disse que o negócio terá um impacto negativo de 300 milhões de euros (cerca de R$ 1,57 bilhão) em seu balanço deste ano, que ela considerou como “insignificante”.
No ano passado, a cervejaria holandesa teve lucro de 2,68 bilhões de euros (quase R$ 14,1 bilhões).
O que explica a demora: o Kremlin tem exigido descontos maiores nos preços dos ativos que as empresas pretendem vender, disseram fontes à agência Reuters.
A venda pelo preço simbólico de um euro ocorre depois de um decreto da Rússia de abril que autorizou o presidente Vladimir Putin a assumir o controle temporário de ativos de pessoas ou empresas de países considerados “hostis” por Moscou.
Foi o que aconteceu com a subsidiária da Danone, assim como a participação da Carlsberg em uma cervejaria local.
A cervejaria holandesa retirou a sua marca Heineken da Rússia no ano passado e a produção da Amstel deverá ser encerrada dentro de seis meses.
Ela tinha sete cervejarias e 1.800 funcionários no país, que terão seu emprego garantido por três anos.