Pela primeira vez na história do concurso de passarela do samba em São Luís (MA), o desfile será realizado dentro do período da Quaresma. A realização do concurso há mais de dez dias do fim da festa de Momo se deu por meio de acordo entre parte dos dirigentes das escolas representados pela Liga da Escolas de Samba do Maranhão, Liesma, e a prefeitura de São Luís.
As escolas alegaram que não receberam os recursos de incentivo da prefeitura a tempo de preparar o desfile. Este ano, as escolas receberam recursos do governo do Estado (R $ 150 mil ) e de emenda parlamentar do deputado federal Duarte Jr. (R$ 100), pré-candidato a prefeito de São Luís. A Prefeitura de São Luís prometeu repassar R$ 116 mil para cada uma das dez escolas, mas até o momento nãohouve transferência de recursos.
O presidente da Liesma, Josafá Ferreira, ameaçou não desfilar, mas não foi acompanhado pelos outros dirigentes. A Turma do Quinto encheu a burra juntando recursos recebidos no ano passado, quando não participou do concurso alegando também falta de tempo para preparar a escolas, com os recursos deste ano. Em média cada escolas receberá, no final das contas, mais de R$ 350 mil. Não há prestação de contas dos recursos públicos recebidos.
No primeiro da programação da passarela festilam bloco tradicionais e cinco escolas: Turma do Quinto (O Musical Cultural Josias Sobrinho), Unidos de Fátima (A celebração da cultura negra no quilombo de Fátima. Viva Mestre Antônio de Paula), Mangueira (Entrelaçando destino: As mãos que moldam a vida e tecem emoções), Marambaia (Fé e devoção: eu andarei vestido com as armas de Jorge) e Flor do Samba (Maranhão à mesa – Heranças e sabores).
Chico Coimbra, o cientista da moda
Francisco de Souza Coimbra Neto inscreveu seu nome na história do Carnaval do Maranhão, do Brasil. O estilista nascido em São Luís em 1952, Chico Coimbra produziu figurinos para passarelas, programas de televisão, espetáculos de teatro, óperas, musicais e shows artísticos. O espaço de desfile do Anel Viário, em São Luís, por força da Lei 6.034/16, de 3 de fevereiro de 2016, passou a ser denominada de Passarela Chico Coimbra.
Formado com destaque em design de moda pelo Centro de Tecnologia da Industria Química e Têxtil do Brasil, no Rio de Janeiro, esbanjou talento desde o início da carreira quando apresentou o trabalho: “Frutos da Terra: uma moda singular plural”. Também graduado em relações internacionais pela Universidade de Brasil, Chico Coimbra colecionou cursos de extensão nas áreas de estética, beleza, moda, cultura e arte.
Durante várias décadas se desdobrou entre o carnaval e a alta costura (haute-couture). A depuração da carreira veio com o figurino todo produzido em fibra de buriti que chamou a atenção dos produtores de moda do Brasil e da Europa.
Falando sobre moda passou pelas redações dos jornais de São Luís como os extintos O Dia, Jornal de Hoje, Diário da Manhã e Folha do Maranhão.
O reconhecimento do seu talento está registrado para o mundo em cinco páginas do livro “Moda Brasil, Fragmento de um vestir tropical”, das jornalistas Kátia e Carol Garcia. Segundo a estilista italiana e consultora de moda brasileira Constança Pascolato, Chico Coimbra foi um cientista da moda.
Chico Coimbra foi produtor e designer carnavalesco, desenhando e produzindo fantasias para bailes, destiles e destaques de escolas de samba. Foi diretor de desfile da Favela do Samba conquistando o título para a escola do Desterro em 1977, e sendo destaque nesta em 1986. Foi também campeão pela Unidos de Fátima por duas vezes: 1992 e 1994. Colaborou ainda com a conquista de títulos para a Flor do Samba. Sempre esteve colaborando com os blocos tradicionais de São Luís. No carnaval carioca participou de comissões carnavalescas da Mangueira e do Salgueiro.
Ele faleceu em 7 de fevereiro de 2014 em São Luís.
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