A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, disse em pronunciamento para cadeia nacional de rádio e televisão nesta 5ª feira (18.abr.2024) que houve uma tentativa de genocídio contra o povo yanomami em 2023. Segundo ela, o governo agiu “prontamente” contra o garimpo ilegal na TI (Terra Indígena) da etnia e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá tolerância zero contra o crime organizado. “No ano passado, assistimos horrorizados a tentativa de genocídio do povo yanomami. O governo reagiu prontamente, atuando em duas frentes, realizamos ações emergenciais e instalamos a casa de governo em Boa Vista”, disse. O pronunciamento antecede o Dia dos Povos Indígenas, comemorada em 19 de abril..
Como mostrou o Poder360, entretanto, o número de yanomamis mortos no 1º ano (2023) do governo Lula foi de 363, segundo dados obtidos pelo jornal digital via Lei de Acesso à Informação. O número representou uma alta de 5,8% sobre os 343 mortos no ano anterior, 2022, quando comandava o país Jair Bolsonaro (PL).
Confira o pronunciamento:
O pronunciamento teve duração de quase cinco minutos e foi veiculado um dia antes do Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril.
“É o momento de celebrarmos a riqueza cultural dos 305 povos indígenas que vivem neste nosso Brasil, que fazem parte do grande mosaico de tradições e histórias de resistência do nosso país. Vivemos em florestas, alguns de nós em áreas isoladas, mas estamos também nas cidades”, observou Guajajara, também mencionando como os indígenas estão inseridos no contexto da sociedade brasileira.
“Somos médicos, educadores, advogados, cientistas sociais, prefeitos, vereadores, deputados. Habitamos todos os biomas: Amazônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Pampa e Caatinga”, pontuou.
No pronunciamento, a ministra dos Povos Indígenas falou das ações do governo federal para enfrentar, por exemplo, a crise do povo yanomami, em Roraima, e o combate a atividades criminosas na maior terra indígena do país.
“Atuamos de forma enérgica contra os criminosos que destruíram suas florestas, contaminaram os rios com mercúrio, mataram os peixes e levaram doenças e fome aos nossos parentes”. Sônia Guajajara ainda destacou o fato de o país ter, pela primeira vez, uma pasta exclusiva e dedicada aos povos originários, além de indígenas na chefia de postos-chave, como da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde.
A ministra ressaltou também a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de Belém, em 2025, que terá, segundo ela, “a maior e melhor participação indígena na história dos acordos ambientais”.