A ONG Me Too Brasil, que luta contra o abuso a mulheres, divulgou nota ontem em que afirma que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi denunciado por assédio sexual. Almeida disse que se trata uma acusação sem provas e que acionou a Polícia Federal para investigar o caso.
A organização emitiu o comunicado após a publicação da notícia pelo site Metrópoles. Segundo a ONG, as acusações contra o ministro foram feitas por ex-integrantes do ministério. A Me Too Brasil afirmou que omitiu o nome das denunciantes para protegêlas, mas disse ter tido consentimento das vítimas para expor o caso. “A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico.”
O texto afirma ainda que vítimas de violência sexual geralmente enfrentam obstáculos para ter suas vozes ouvidas, sobretudo quando os agressores são figuras poderosas. “Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, destaca a Me Too Brasil.
‘ILAÇÕES’. Em nota, Almeida rechaçou a acusação. Afirmou que toda denúncia precisa ser apurada, mas deve haver provas. “Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país”, disse o ministro.
“Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”, afirmou Almeida no comunicado.
Segundo o ministro, ele é vítima de campanha para atingi-lo. “De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no poder público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias.” Além da PF, o ministro informou que acionou a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Federal para apurar o caso.
Segundo o site Metrópoles, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, teria relatado episódios de assédio por parte de Almeida. O Estadão apurou que integrantes do governo Lula teriam sido informados, há cerca de três meses, do caso envolvendo os dois. Procurada, Anielle Franco não respondeu.
“A Me Too Brasil confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida”
ONG Me Too Brasil Em nota