A 27.ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo superou a edição anterior e se consagrou como a maior dos últimos dez anos. Foram 722 mil visitantes, 9,39% a mais do que em 2022, entre 6 e 15 de setembro, no Distrito Anhembi. Os dois fins de semana tiveram ingressos esgotados antecipadamente e a maioria das editoras celebrou crescimento no faturamento.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Turismo, através do Observatório do Turismo e Eventos da SPTuris, o ticket médio do evento foi de R$ 208,14, valor pouco menor do que o de 2022, que chegou a R$ 226,94. Mesmo assim, segundo pesquisa realizada pela organização da Bienal com os expositores, houve aumento de 83% na média diária de faturamento em comparação com a edição anterior.
Quem se aventurou na Bienal nos dias de lotação máxima viu filas que rodavam estandes, mas o aumento de 15% no espaço em relação à edição anterior, no Expo Center Norte, ajudou na circulação pelos corredores.
A pesquisa da SMTur mostrou que 43,3% do público estava na faixa de 18 a 24 anos: em seguida, vieram as faixas de 25 a 29 anos (18,6%), de 30 a 39 anos (17,1%) e de 40 a 49 (13, 8%).
Em comunicado, Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), celebrou o sucesso do evento e a aprovação de 80% dos expositores e 93% do público: “Isso só reforça a importância da Bienal para trazer protagonismo ao livro e à leitura, que são os alicerces para uma sociedade mais democrática, justa e próspera”.
Resultados
A Companhia das Letras, que montou um estande de 600 metros quadrados, disse que foi o maior evento em vendas da história do grupo editorial. “Na sexta, 13, ultrapassamos tanto o número de exemplares vendidos quanto o faturamento da última Bienal, no Rio”, disse, em nota, Mariana Zahar, COO da editora.
Raphael Montes foi o grande campeão de vendas da editora, com três livros no top 10: Uma Família Feliz (1.º), Jantar Secreto (3.º), Suicidas (4.º). Outros títulos nacionais da lista foram Como Enfrentar o Ódio (Felipe Neto), O Mar Me Levou a Você (Pedro Rhuas) e O Avesso da Pele (Jeferson Tenório).
A Intrínseca teve crescimento de 60% em relação à Bienal de 2022 e de 27% em relação à de 2023, no Rio. “O interesse crescente pela leitura é um marco muito significativo”, afirma Vanessa Oliveira, gerente da editora. O livro mais vendido do grupo foi Melhor Do Que Nos Filmes, best-seller de Lynn Painter, que esteve na Bienal no sábado, 7. Outros títulos populares foram os coreanos Bem-vindos à Livraria Hyunam-dong e Vou Te Receitar um Gato.
A Rocco, que teve dois livros da sul-coreana Won-pyuyng Sohn entre os mais vendidos, teve crescimento de 87% no faturamento. “Três pontos a destacar que contribuíram para o sucesso foram o ótimo trabalho de divulgação com influenciadores, a maior visitação escolar e o Distrito Anhembi renovado e bem mais confortável”, destacou, em comunicado, o diretor comercial e de marketing da Rocco, Bruno Zolotar.
Outras editoras também comemoraram os números positivos. O faturamento do Grupo Editorial Record cresceu 82%; Sextante e Arqueiro anunciaram aumento de 100%. A VR Editora, que levou o best-seller Jeff Kinney, de Diário de Um Banana, ao evento, teve um crescimento de 30%. A HarperCollins Brasil teve o dobro do faturamento. A Globo Livros, que utiliza o selo juvenil Alt como marca principal nas Bienais, mais que dobrou as vendas. Gerson Ramos, diretor comercial da Editora Planeta, disse ter ficado claro que o público jovem é um público muito maior do que aquele que frequenta as livrarias. “Cabe a nós, editoras e livrarias, identificar os elementos que fizeram esse público se sentir mais representado e repetir isso.” •