Rio – O ex-PM Ronnie Lessa, condenado a 78 anos e 9 meses de prisão pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, pediu à Justiça para realizar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio para pessoas privadas de liberdade ou sob medida socioeducativa (Enem PPL) de 2024.
Lessa cumpre pena na penitenciária Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, Tremembé I, em São Paulo. Segundo o Tribunal de Justiça paulista (TJSP), a defesa inicialmente solicitou a realização da prova ao diretor técnico da unidade, que negou por motivos de segurança.
Por conta disso, o advogado Saulo Augusto Carvalho reforçou o pedido à Justiça, que pediu ao diretor do presídio uma análise detalhada sobre o caso. A decisão ainda não foi definida.
As provas do Enem PPL serão realizadas nos dias 10 e 11 de dezembro deste ano. O exame tem o mesmo nível de dificuldade do Enem regular. A única diferença está na aplicação, que ocorre dentro de unidades prisionais e socioeducativas.
O pedido de Lessa está em análise desde o fim de outubro. Procurada, a defesa do ex-PM ainda não se pronunciou sobre o assunto. O espaço está aberto para manifestações.
Condenação
O ex-PM foi condenado junto com Élcio de Queiroz no último dia 31. Eles vão responder pelos crimes: duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima); tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle; receptação do Cobalt prata, clonado, que foi usado no crime.
Além da pena, os dois terão que pagar uma pensão ao filho de Anderson até que ele complete 24 anos, e R$ 706 mil de danos morais para cada uma das vítimas (Agatha Arnaus e o filho, Luyara Franco, Mônica Benicio e Marinete Silva). A prisão preventiva foi mantida, sem o direito de recorrer em liberdade.