A Bombril, controlada pelo empresário Ronaldo Sampaio Ferreira e que tem como acionista minoritário o bilionário Silvio Tini, entrou com um pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira, com uma dívida financeira de R$ 300 milhões. Desta vez, o pedido está sendo feito pela empresa operacional e abrange também a Brilmaq Empreendimentos Imobiliários e a Bril Cosméticos.
A companhia vem conseguindo ganhar tração em vendas, com nova gestão e lucro líquido, mas tem um legado pesado e tenta impedir a execução antecipada de dívida, reestruturar sua dívida financeira (a maior parte com bancos), e regularizar os passivos tributários, que somam R$ 2,3 bilhões, através de programas de parcelamento.
“Embora os créditos tributários sejam tratados como extraconcursais, a legislação atual permite o acesso ao regime para regularização da situação fiscal das sociedades em situação de crise, de modo a fazer a renegociação dessa dívida para preservar a empresa”, disse ao Pipeline Eduardo Munhoz, sócio do escritório E. Munhoz Advogados, que representa.
Em 2003, a Bombril Holding, controladora da empresa de produtos de limpeza doméstica, entrou com pedido de recuperação judicial, após falhar na tentativa de expandir o seu portfólio para outros setores, como o de cosméticos, e enfrentar investimentos mal sucedidos feitos pela Cragnotti & Partners Capital Investments Brasil, que assumiu a empresa após a morte do fundador, Roberto Ferreira Sampaio. O processo teve fim em 2006, mas ainda restavam muitas dívidas a serem pagas.