O sobrado onde fica a sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio (Sinduscon-Rio), na região da Cruz Vermelha, foi o local escolhido pela prefeitura para apresentar o Reviver Centro Patrimônio Pró-Apac, programa voltado para a recuperação de imóveis degradados na região central da cidade. O prédio centenário, muito bem cuidado, pode ser tomado como exemplo do que se pretende para centenas de outras construções distribuídas em oito áreas delimitadas no chamado Centro Histórico do Rio. A ideia é que esses imóveis sejam identificados, desapropriados, leiloados e reformados pela iniciativa privada a partir de um subsídio a fundo perdido concedido pelo município no valor de R$ 3.212 por metro quadrado.
Sem poupar recursos
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/1/Q/qCX9TFSjeEHvKampRPJA/110319377-ri-rio-de-janeiro-rj-10-03-2025-muitos-imoveis-no-centro-e-na-lapa-estao-ameacando.jpg)
O prefeito Eduardo Paes participou do lançamento do programa. Vestido com um uniforme de gari — uma homenagem aos 50 anos da Comlurb, completados ontem —, ele falou para uma plateia composta em boa parte por representantes de construtoras e empresas do setor imobiliário. Após um histórico das ações que buscam promover a revitalização do Centro, contexto em que o novo programa está inserido, o prefeito deixou claro que pretende investir o que for necessário para tirar a ideia do papel.
Após a desapropriação e o leilão, as empresas que arrematarem esses imóveis assumem o compromisso de realizar as obras de recuperação mediante recebimento do subsídio do município. Os aportes serão escalonados: a previsão é que 10% do valor sejam liberados após a conclusão do projeto; mais 10% a partir da emissão das licenças de obras; 25% na conclusão da estrutura; 25% na conclusão do telhado; 25% na conclusão da fachada; e os 5% finais na emissão do habite-se.
Proprietários estão fora
A verificação do cumprimento das etapas será feito por autodeclaração, mas, no caso de constatação de descumprimento das obrigações, o imóvel retorna automaticamente ao domínio do município. Os proprietários dos imóveis abandonados ou degradados não poderão ser beneficiados pelo programa.
— Os imóveis elegíveis para o programa são aqueles que estão em claro estado de abandono ou em risco de queda, que são aspectos técnicos que demonstram que o proprietário não estava preocupado. Seria como se a gente estivesse premiando a inação deles se os proprietários participassem — explica Carina Quirino, subsecretária de Regulação e Ambiente de Negócios da Secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico.
Sobrados e casarões históricos inscritos no projeto Reviver Centro Cultural
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/d/l/JxtU4NRJAaGvdTJoSHnQ/104305217-ri-rio-de-janeiro-rj-14-09-2023-programa-reviver-centro-cultural-teve-141-projetos-inscr.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/N/5/vlQBgnQra4bgHWIVbtqA/104305128-ri-rio-de-janeiro-rj-14-09-2023-programa-reviver-centro-cultural-teve-141-projetos-inscr.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/w/2/LeMdcqSeeR4YznvKgMIg/104305208-ri-rio-de-janeiro-rj-14-09-2023-programa-reviver-centro-cultural-teve-141-projetos-inscr-1-.jpg)
O programa foi bem recebido pelo setor da construção civil.
— É mais uma importante iniciativa do setor público na direção de complementar a revitalização do Centro, agora olhando para os casarões, olhando para esses imóveis que hoje, infelizmente, os proprietários não conseguem manter. Passando para a iniciativa privada, estimulando a indústria da construção, certamente esse cenário vai mudar rapidamente — aposta Claudio Hermolin, presidente do Sinduscon-Rio.
O GLOBO