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Artigo- Djamila Ribeiro: O horror está normalizado no Brasil e não vemos o poder público comovido

São destoantes a capacidade de solidariedade com homens e a incapacidade de solidarizar com mulheres sendo mortas.

jornalslz Por jornalslz
22/08/2025
Artigo- Djamila Ribeiro: O horror está normalizado no Brasil e não vemos o poder público comovido

Ilustração de fundo amarelo escuro, ao centro uma rosa vermelha é cercada por espinhos. Ilustração de Aline Bispo para coluna de Djamila Ribeiro de 22 de agosto de 2025 - Aline Bispo/Folhapress

Diante de casos diários de feminicídio em curso no país, em escala assustadora, algo tem me incomodado profundamente: a falta de comoção e de mobilização diante dos assassinatos de mulheres. Os casos se acumulam, mas o silêncio de muitos que deveriam se pronunciar permanece ensurdecedor.

Em vez de solidariedade e indignação, não raro vemos tentativas de culpabilizar as vítimas, como no caso recente da jovem Sther Barroso dos Santos, de 22 anos, assassinada após sair de um baile funk. Segundo a família, a jovem foi morta por ter se recusado a sair com Bruno da Silva Loureiro que, por sua vez, seria o chefe do tráfico no Muquiço, em Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro.

O crime foi macabro. Sther foi estuprada e espancada a ponto de seu rosto ficar desfigurado. Seu corpo ainda foi deixado na frente da casa de sua mãe. Em 2024, o pintor Josenilson Vitorino foi espancado até a morte em Cajazeiras, Bahia, por tentar impedir que um traficante estuprasse a sua filha de apenas de 13 anos. Ele foi agredido por quatro horas na frente da esposa e familiares por integrantes de uma facção criminosa.

Manifestantes formam a frase “não nos mate’, na parada LGBTQIA+ em São Paulo

Entretanto, até o momento em que respirei fundo para compartilhar os casos nas redes sociais, fato é que não vi pronunciamentos de representantes do poder público. Será que perdemos a capacidade de nos indignar? Francamente, entendo que não. Pelo contrário. Talvez o problema mesmo seja que a sociedade brasileira é incapaz de se indignar quando mulheres são mortas, estupradas e violentadas.

Isso vale para setores conservadores e progressistas. Por falar nisso, recentemente acompanhei uma imensa, colossal onda de solidariedade à campanha “MC não é bandido”. A campanha movida em especial por partidos, políticos, artistas e intelectuais autoidentificados como organizações e pessoas de esquerda foi voltada a homens, em especial do funk, que vem tendo suas condutas investigadas e estão sendo presos.

Uma comoção nacional se instalou, ainda que sob muitos protestos de pessoas que entendiam, sim, que deveria haver investigação. Shows em solidariedade e campanhas de arrecadação foram organizados, e a conduta dos policiais envolvidos nos casos foi alvo de escrutínio e críticas públicas.

De fato, o debate sobre criminalização de jovens das periferias é fundamental. Que esses homens apresentem suas defesas com todo espaço que merecem. Meu ponto, contudo, está em como são destoantes a capacidade de solidariedade com homens, de um lado, e a incapacidade de solidarizar com mulheres sendo estupradas e mortas, de outro, o que me faz pensar nas raízes de tudo isso.

Diante dos casos analisados neste texto, é dizer que precisamos discutir a alta taxa de encarceramento nas periferias, como consequência direta do racismo no Brasil, mas também não podemos cair em um discurso romântico que ignora as condições subumanas às quais as meninas e mulheres estão sendo submetidas nesses espaços da periferia.

É preciso compreender que, independentemente do contexto social e racial, homens violentam e assassinam mulheres. Quando Audre Lorde escreveu “não existe hierarquia de opressão”, a autora feminista afirmava que não podemos escolher quais opressões são mais importantes, pois essas agem simultaneamente, afetando os mais variados sujeitos.

O que me parece, contudo, é que há um campo conservador e, sobretudo, progressista pronto para mobilizar e se chocar com exemplos e campanhas de Instagram que façam dos homens vítimas a serem defendidas, ao mesmo tempo em que estão comprometidos com a naturalidade que sentem pelo assassinato de mulheres no Brasil. Nesse sentido, um campo progressista e democrático que é condescendente com os homens de periferia e misógino com as mulheres.

São inúmeros os relatos de jovens mulheres que precisam sair de seus territórios por sofrerem ameaças de estupros por parte de traficantes, de várias que são violentadas e submetidas a situações de terror cotidianas. Conversando com psicólogas que trabalham em instituições de medidas socioeducativas para adolescentes, elas relatam que muitas jovens têm o cabelo raspado pelos seus namorados, são obrigadas a manter o relacionamento quando esses estão privados de liberdade e lidam com o descaso das instituições.

O horror está normalizado no Brasil e, infelizmente, não vemos o poder público estabelecer medidas verdadeiramente eficazes para combater esse derramamento de sangue de meninas e mulheres.

Tags: #djamilaribeiro#feminicidio#lgbtqia+#violencia#violênciacontramulher
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