Os Lençóis Maranhenses é o segundo destino mais cobiçado pelos turistas brasileiros. É o que revela a Pesquisa Tendências e Percepções do Turismo no Brasil, realizada em agosto pela empresa Nexus, a pedido do Ministério do Turismo. Na escala de interesses os Lençóis fica um pouco abaixo de Fernando de Noronha, primeiro da lista, e acima de destinos consagrados como Slavador (BA) e Gramado (RS).
Segundo o levantamento 40% dos entrevistados responderam que viajaram a turismo no Brasil pelo menos uma vez nos últimos dois anos. Enquanto isso, só 1% viajou para países estrangeiros. Seis em cada dez brasileiros mantiveram ou aumentaram a frequência de viagens desde 2023,; e para 70% da população a qualidade do turismo nacional manteve-se ou melhorou nos últimos anos.
São Paulo, Rio e Bahia ainda lideram o ranking de destinos preferidos dos brasileiros por estados, mas por pouca vantagem. Considerando as regiões, o Nordeste (41%) aparece no topo da preferência, seguido por Sudeste (35%) e Sul (15%).
As três experiências turísticas preferidas entre os brasileiros são o turismo de sol e praia (para 62%), turismo religioso/espiritual (18%) e turismo cultural/histórico (14%). A pesquisa também perguntou sobre o interesse em destinos nacionais: Fernando de Noronha (PE) recebeu a avaliação mais positiva, seguido de Porto de Galinhas (PE) e Lençóis Maranhenses (MA).
Ana Carolina Dias, presidente do conselho de administração da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), explica que hoje o turista nacional, ao procurar uma agência de viagem, pede experiências diferentes em comparação ao que acontecia há poucas décadas, quando Rio e São Paulo concentravam o público.
— A gente pode dizer que aconteceu uma descentralização da demanda, por um agrupamento de interesses. Antigamente, quem estava estruturado para receber o turista eram as capitais, e quem tinha renda melhor fazia a viagem internacional — disse a presidente do conselho da Abav, que destacou melhoria recente da infraestrutura em cidades menores.
Outro fator importante para essa dinâmica foi a pandemia, quando fronteiras estrangeiras permaneceram fechadas por muitos meses, o que acabou indiretamente fomentando o turismo nacional.
“Então virou a história do brasileiro conhecendo o Brasil. Novos destinos foram agregados, e se desenvolvendo junto com o turismo. Praticamente todas as praias do Nordeste aumentaram as visitantes. No Sul também há novos destinos capacitados, com pousadas e restaurantes”, celebrou Dias.
“É querer vivenciar a culinária, conhecer como as pessoas vivem, viver o que acontece nas cidades — descreveu. — O Brasil é o único país que tem a Amazônia, os Lençóis Maranhenses, a catarata do Iguaçu, um Pantanal maravilhoso. Temos belezas naturais que você não acha mais em outro país, e é essa experiência que as pessoas estão buscando.
Além de ter seis biomas, que continuam como nossos “principais chamarizes”, frisou a secretária-executiva do Ministério do Turismo, o Brasil oferece diversidade de experiências turísticas, o que também favorece a ampliação do público.
“Não é só mais o pôr do sol e o mar. As pessoas também estão procurando a cultura, o patrimônio histórico das cidades — afirmou a secretária-executiva do Ministério do Turismo, Ana Carla Lopes.
A representante do Ministério do Turismo comemorou resultados de pesquisas internas recentes:
“Pela primeira vez em muitos anos a gente sonha mais em viajar dentro do Brasil. Porque antes qual era o sonho? Ir para Disney. Agora não”.



