RIO — Diante das incertezas envolvendo a liberação do Sambódromo, estão previstos para esta sexta-feira os primeiros desfiles da Série A, que reúne as escolas que disputam uma vaga na elite do carnaval. O início está marcado para as 22h30m. Nesta primeira noite, sete das 13 agremiações devem se apresentar. Cada uma delas terá entre 45 minutos e 55 minutos para mostrar o seu enredo e conquistar o público e os jurados. A TV Globo fará a transmissão ao vivo da festa para o Rio logo após o “Big Brother Brasil”.
— Vamos usar a alegoria, sim. Mas vai ser de uma outra maneira. Os chifres saíram, mas a crítica continua. Não tem como ser diferente num ano em que, às vésperas do desfile, as escolas ainda não receberam a verba da prefeitura — reclamou Wallace Palhares, presidente da Sossego.
Palhares disse ainda que a escola, que encerra a primeira noite de desfiles, só não está em situação pior porque contou com ajuda de R$ 500 mil da prefeitura de Niterói, cidade onde fica sua quadra. Os contratos com a prefeitura do Rio foram assinados há dois dias, mas, até o fim da tarde de quinta-feira, a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj) ainda não havia confirmado se o pagamento de R$ 250 mil, por escola, já havia, de fato, sido feito. Em 2016, cada agremiação recebeu R$ 1 milhão.
Outra escola que não deverá poupar críticas, principalmente aos corruptos, é a Unidos de Padre Miguel, a quinta a entrar na Avenida. Com o enredo “Qualquer semelhança não terá sido mera coincidência”, sobre as obras do novelista e dramaturgo Dias Gomes, a agremiação levará para a Sapucaí vários Odoricos Paraguaçus (da novela “O bem-amado”), numa referência a personagens da política nacional. Na Acadêmicos da Rocinha, a terceira a desfilar, a crítica será contra o preconceito. Também desfilam na primeira noite a Unidos da Ponte, campeã da Série B no ano passado, a Alegria da Zona Sul, a Acadêmicos de Santa Cruz e a Inocentes de Belford.
Dificuldade dobrada
Sem o dinheiro da subvenção, o desafio de botar o carnaval na Avenida foi dobrado para a Alegria da Zona Zul, que ficou sem barracão e teve apenas um mês para montar o seu desfile num espaço improvisado às margens da Avenida Brasil, em Benfica.
— Todas as escolas enfrentaram dificuldades. Quem está nas escolas é sambista de verdade. São grandes profissionais. Vamos levar o melhor para o público na Sapucaí — disse o diretor de carnaval, da Alegria da Zona Sul, Flávio Azevedo.
No sábado, também a partir das 22h30m, desfilam as outras seis escolas: Unidos de Bangu, Renascer de Jacarepaguá, Estácio de Sá, Unidos do Porto da Pedra, Império da Tijuca e Acadêmicos do Cubango.
Confira as escolas que desfilam e seus enredos:
Sexta-feira
Unidos da Ponte
“Oferendas”
Alegra da Zona Sul
“Saravá, Umbanda!”
Acadêmicos da Rocinha
“Bananas para o preconceito”
Acadêmicos de Santa Cruz
“Ruth de Souza – Senhora Liberdade, abre as asas sobre nós”
Unidos de Padre Miguel
“Qualquer semelhança não terá sido mera coincidência”
Inocentes de Belford Roxo
“O frasco do bandoleiro”
Acadêmicos do Sossego
“Não se meta com minha fé, acredito em quem quiser”
Sábado
Unidos de Bangu
“Do ventre ds terra, raízes para o mundo”
Renascer de Jacarepaguá
“Dois de Fevereiro no Rio Vermelho”
Estácio de Sá
“A fé que emerge das águas”
Unidos do Porto da Pedra
“Antônio Pitanga: um negro em movimento”
Império da Tijuca
“Império do café, o vale da esperança”
Acadêmicos do Cubango
“Igbá Cubango – a alma das coisas e a arte dos milagres”