Dos 219.765 estabelecimentos agropecuários do Maranhão, 187.118 foram classificados como agricultura familiar, o que corresponde a 85% do total de estabelecimentos do estado. Esses são alguns dos dados coletados pelo Censo Agro 2017, realizado pelo IBGE. A instituição divulgou os resultados definitivos da pesquisa na última sexta-feira (25).
Comparando os números atuais com os obtidos no Censo Agro 2006, observa-se uma redução na quantidade de estabelecimentos maranhenses considerados agricultura familiar. Naquele ano, o estado tinha 262.042 estabelecimentos do tipo. Essa redução foi observada também quanto ao número total de estabelecimentos (de agricultura familiar ou não), que, em 2006, era de 287.039 propriedades agropecuárias, 67.274 a mais que em 2017.
A pesquisa apontou, ainda, uma queda na quantidade de pessoal ocupado em atividades agropecuárias no Maranhão. Em 2006, eram 991.600 pessoas ocupadas, enquanto em 2017, foram identificados 692.870 indivíduos com ocupação.
Brasil
O Censo Agro 2017 contou 5.073.324 estabelecimentos agropecuários no Brasil, com redução de 2,0% em relação a 2006. Mas a área dos estabelecimentos cresceu 5,8% no período e chegou a 351.289.816 hectares. Com exceção do Nordeste, houve aumento de área em todas as regiões.
3.897.408 estabelecimentos brasileiros atenderam aos critérios e foram classificados como agricultura familiar, o que representa 77% dos estabelecimentos agropecuários levantados pelo censo. Ocupavam uma área de 80,9 milhões de hectares, ou seja, 23% da área total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros.
Em 30/09/2017, havia 15.105.125 pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários, uma média de 3,0 pessoas por estabelecimento, entre produtores e pessoas com laços de parentesco com eles, além de empregados temporários e permanentes. Do total de pessoas ocupadas nesta data, os produtores e trabalhadores com laços de parentesco com eles representaram 73,5% (11.101.533).
Na comparação com o Censo Agropecuário 2006, houve redução de 1.463.080 pessoas no total de ocupados, que era de 16.568.205 no dia 31/12 daquele ano. A média de ocupados por estabelecimento também caiu, de 3,2 pessoas, em 2006, para 2,97, em 2017.
Pela primeira vez, o Censo Agro investigou a cor ou raça dos produtores: 52,8% deles eram pretos ou pardos e 45,4% eram brancos, numa distribuição semelhante à da população do país, segundo a PNAD Contínua. Já a participação de mulheres e idosos de 65 anos ou mais na direção dos estabelecimentos aumentou, chegando a, respectivamente, 18,7% e 23,2%. Em 2006, as mulheres representavam 12,7% dos produtores e os idosos, 17,5%.
Resultados
Os resultados do Censo Agro 2017 foram divulgados oficialmente, no Maranhão, na última sexta-feira (25), durante evento realizado pelo IBGE no auditório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em São Luís.
Na ocasião, foram repassadas informações sobre questões agrárias, tais como agricultura familiar, quantidade e área de estabelecimentos agropecuários, produção da agroindústria rural, além de dados sobre a aquicultura.
Para Marcelo Virgínio de Melo, chefe da unidade estadual do IBGE no Maranhão, esta é a melhor edição da pesquisa. “O Censo Agro 2017 pode ser considerado o mais completo e variado, tanto em relação ao tempo de pesquisa e à divulgação dos dados feita de forma mais célere, quanto em relação à variedade de dados disponíveis”, destacou.
De acordo com João Ricardo Costa, os dados divulgados pelo Censo Agro retratam a nova realidade do cenário agrário do Maranhão. “O censo trouxe dados novos a respeito da agropecuária, aquicultura e exploração vegetal, permitindo identificar, por exemplo, pessoal ocupado, perfil dos produtores, área plantada e forma de utilização de terras. Essas informações têm grande relevância porque vão fundamentar políticas públicas para o setor agropecuário do estado no próximo decênio, além de balizar o mercado e ser ponto de partida para pesquisas e estudos acadêmicos”, explicou.
Estiveram presentes no evento Luis Fernando Silva, secretário de Estado de Programas Estratégicos, representando o governador Flávio Dino; Geraldo Carvalho Júnior, secretário adjunto de Programas Estratégicos; Sérgio Delmiro, subsecretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca do Maranhão; Dulcileide de Jesus Cutrim, superintendente da Conab; e Dionatan Carvalho, presidente do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc).