“Clássico é clássico”. “Favoritismo não entra em campo”. “Final não se joga, se ganha”. O Fluminense colocou à prova os clichês do futebol ao enfrentar o Flamengo nesta quarta-feira, no Maracanã, e com uma atuação de muita entrega, conquistou a Taça Rio, seguindo vivo na disputa pelo título do Carioca. Após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar, Muriel brilhou na disputa por pênaltis, pegando duas cobranças, e garantindo o Tricolor na decisão estadual.
Nos pênaltis, Flu vence a Taça Rio e decidirá o Carioca contra o Flamengo
Matheus Dantas – 08/07/2020 – 23:51
Mesmo com as arquibancadas do Maracanã vazias, por conta da pandemia do novo coronavírus, o elenco tricolor e a comissão técnica comemoraram bastante a conquista no gramado após a disputa de pênaltis. E com justiça. Afinal fez uma apresentação digna de uma das grandes equipes do Brasil.
Agora, serão mais dois clássicos pela decisão do Campeonato Carioca. A Ferj ainda informará data e local das duas partidas. O regulamento prevê que, em caso de igualdade após 180 minutos, a definição do campeão será nos pênaltis.
O favoritismo dado ao Flamengo ficou do lado de fora do Maracanã. O que se viu no primeiro tempo, em especial nos 25 minutos iniciais, foi uma partida truncada, com muito combate no meio de campo e poucas chances de gols. O time de Odair Hellmann, mais ligado, conseguiu conter as ações ofensivas do rival. Aos poucos, foi encontrando espaços pelo lado esquerdo, com Egídio.
Foi o lateral-esquerdo que aproveitou erro de Rafinha, avançou por ali e cruzou. Nenê finalizou em cima da zaga e, no rebote, Yago Felipe chutou para fora. Dois minutos depois, nova investida de Egídio, dessa vez em bola parada, e a bola chegou a Gilberto. De cabeça, o lateral aproveitou o vacilo da zaga rival e abriu o placar. A vantagem persistiu até o intervalo, com atuação segura do Tricolor.
… FLAMENGO IRRECONHECÍVEL!
Jorge Jesus observou uma atuação apática de sua equipe. A intensidade, boas tramas pelos lados e busca pelo gol não foram vistas, em especial no primeiro tempo. O próprio comportamento do técnico, na beira do gramado, não foi o de costume. O Mister, especulado como alvo do Benfica , esteve mais contido.
Com o passar do tempo, o Rubro-Negro passou a se impor tecnicamente no jogo, ocupando o campo de ataque. O Fluminense, por sua vez, dava sinais de desgaste, e a entrada do veloz Michael, fazendo boa dobradinha com Filipe Luís pela esquerda, só aumentaram o desafio do Tricolor. Até que não deu mais.
‘LEI DO EX’ E PRESSÃO RUBRO-NEGRA
Segundo nome acionado por Jorge Jesus na partida, Pedro precisou apenas de dois minutos para aplicar a “Lei do Ex”. Cabeçada firme, aproveitando passe do lateral-esquerdo, para vencer Muriel. Antes e depois desse lance, o camisa 1 fez boas intervenções, tanto em chutes de Gabigol como em bolas alçadas na área.
Já nos minutos finais, Jorge Jesus apostou em Diego e Vitinho. Odair Hellmann respondeu com a entrada de Michel Araújo, mas o placar não foi mais alterado.
Se faltou emoção no tempo regulamentar, sobrou na disputa por pênaltis. Nenê e Gabigol abriram as sequências e marcaram. Depois, Dodi e Arão pararam em Diego Alves e Muriel, respectivamente. Hudson fez e, com a finalização para fora de Léo Pereira, o Fluminense ficou em vantagem.
O goleiro do Flamengo, contudo, pegou a cobrança de Michel Araújo e Pedro fez, deixando tudo igual novamente. A cobrança forte de Fernando Pacheco, sem chances para o camisa 1 rubro-negro, deixou a cobrança decisiva nos pés de Rafinha. O camisa 13 escolheu o lado esquerdo e Muriel brilhou: mais uma defesa de pênalti, garantindo o título da Taça Rio para o Fluminense.
FLUMINENSE 1 (3) X (2) 1 FLAMENGO
Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 8 de julho de 2019, às 21h30
Árbitro: Bruno Arleu de Araújo
Assistentes: Rodrigo Figueiredo Corrêa e Thiago Henrique Neto Farinha
VAR: Rodrigo Nunes de Sá
Renda/Público: Portões fechados.
Gols: Gilberto (37’/1ºT) e Pedro (31’/2ºT)
Cartões amarelos: Nenê, Gilberto (FLU); Filipe Luís, Léo Pereira, Rafinha (FLA)
Cartão vermelho: Ninguém
Muriel; Gilberto (Michel Araújo, 41’/2ºT), Matheus Ferraz, Nino e Egídio; Hudson, Yago Felipe (Yuri, 20’/2ºT), Dodi e Nenê; Marcos Paulo (Caio Paulista, 28’/2ºT) e Evanílson (Fernando Pacheco, Intervalo).
Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Léo Pereira e Filipe Luís; Willian Arão, Gerson (Diego, 41’/2ºT), Everton Ribeiro (Michael, 24’/2ºT) e Arrascaeta (Pedro, 29’/2ºT); Bruno Henrique (Vitinho, 41’/2°T) e Gabriel Barbosa.