Resistir para existir. Para sobreviver a um dos períodos de maior ameaça contra a vida e a dignidade de pessoas com identidades marginalizadas de gênero e sexualidade, durante a ditadura militar brasileira, a comunidade LGBTI+ criou o “Pajubá”, vocabulário próprio que ajudou a enfrentar a violência policial e a opressão social. E é esta forma de afirmação identitária coletiva bastante simbólica, ainda amplamente usada e atualizada, que inspirou a criação do Pajubá – Festival de Cinema LGBTI+ do Rio de Janeiro, que acaba de abrir inscrições para sua primeira edição. O evento traz como proposta um diálogo entre a linguagem audiovisual com a cultura LGBTI+ fluminense e brasileira, funcionando como um espaço de difusão, reflexão, consciência e celebração de suas potencialidades.
Dos dias 25 de janeiro a 12 de fevereiro, realizadores de todo o país podem incluir suas obras de curta-metragem (entre um e vinte minutos) através do site do festival, de onde serão selecionadas 30 produções para a exibição online e gratuita durante o evento, que acontecerá em março. Ao final, público e um júri técnico elegerão os premiados deste ano em categorias como melhor filme, atuação e prêmio especial. Os mais votados ainda receberão os filmes em formato de acessibilidade. A programação dos filmes levará em conta narrativas LGBTI+ que trazem as lutas políticas, tragédias, mas também alegrias, celebrações, pesquisas e experimentações estéticas e de linguagem cinematográfica.
Os curtas selecionados serão divididos em três mostras competitivas, Brasil Ficção, Brasil Documentário e Regional Fluminense, voltada para promover exclusivamente criadores do estado do Rio de Janeiro. Podem se inscrever obras de ficção e documentário finalizadas a partir do dia 1º de janeiro de 2018 e que preencham ao menos um dos seguintes requisitos: abordagem de temáticas voltadas para a diversidade sexual e de gênero, personagens LGBTI+ como protagonistas e direção de pessoas da comunidade.
Ao longo de todo o período de inscrição, seleção e realização do evento, as redes sociais do festival darão informações oficiais aos participantes e público em geral. Criado, planejado e executado por um time de 28 profissionais de minorias sociais, o 1º Pajubá – Festival de Cinema LGBTI+ do Rio de Janeiro foi contemplado pela Lei Emergencial Aldir Blanc, que usa recursos do Fundo Nacional de Cultura, e acontece com o patrocínio do Governo Federal, do Governo do Estado do Rio de Janeiro (pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa), e da Prefeitura do Rio de Janeiro através da Secretaria Municipal de Cultura. O evento é uma realização da Cinetrupe Produções em parceria com a Um Silva Cultura e Conteúdo.
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