O ex-presidente Jair Bolsonaro prende retornar ao país no início do mês de abril. Foi o que manifestou a pessoas próximas. Ele está nos Estados Unidos desde o final de dezembro. O plano do Partido Liberal para o ex-presidente é usar sua imagem para aumentar o número de prefeituras controlada pelo partido em 2024. Atualmente o partido conta com 343 prefeituras no Brasil.
Nas eleições de 2020, o PL elegeu 40 prefeitos, mais de dez por cento do eleitos no país. A estratégia usada é para controlar mil dos 5,6 mil prefeituras. Parte dessas prefeituras tiveram prefeitos eleitos com apoio do deputado federal Josimar Maranhãozinho.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, quer que Bolsonaro e Michele comecem a viajar no primeiro semestre para arregimentar apoios e fortalecer a legenda para a disputa de outubro de 2024. Uma das possibilidades é que o ex-presidente retome as motociatas que marcaram suas passagens por diversas cidades durante a campanha eleitoral do ano passado.
A sigla já encomendou uma pesquisa para ajustar o discurso que o presidente deverá entoar nas viagens pelo Brasil. A ideia é que a excursão bolsonarista comece por Maceió, única capital do Nordeste em que Bolsonaro venceu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições do ano passado.
No Maranhão, Bolsonaro participou de motociata em Imperatriz e São Luís. Na segundo maior cidade do estado, Bolsonaro recebeu 79.356 votos, o equivalente a 54,79% do total da cidade, no segundo turno, enquanto Lula (PT) obteve 65.476 voto, 45,21% dos eleitores. Em São Luís, Lula foi eleito no segundo turno com 363.131 votos, o equivalente a 60,38% do total da cidade. Já Jair Bolsonaro (PL) foi a escolha de 39,62% dos eleitores e recebeu 238.285 votos.
Bolsonaro e Michele, de acordo com o plano do PL, deverão desempenhar papeis distintos nesse roteiro: Bolsonaro deverá fazer aparições e participar de eventos com grandes públicos, de modo que o partido possa explorar as imagens dessas agendas para reforçar a imagem de que ele continua sendo o grande líder da direita, capaz de transformar aliados em candidatos competitivos. A ex-primeira-dama, que a cada dia vem sendo mais cotada por correligionários para disputar a eleição de 2026, deverá reproduzir o modelo da campanha de 2022, quando foi peça-chave para tentar reverter a rejeição do público feminino ao marido.