O artista plástico Wanger dos Santos, natural de Fortaleza, está entre os dois brasileiros que irão apresentar suas obras na exposição internacional on-line “Imunidade Criativa”. A mostra virtual é idealizada pelo artista visual chileno Fabaries Vásquez e contempla trabalhos artísticos produzidos durante o período de pandemia. A abertura da exposição acontecerá nesta quarta-feira, 7, a partir das 18 horas, e ficará disponível para o público no site do organizador.
A Mostra conta com mais de 30 artistas plásticos de 16 países, como Colômbia, Argentina, Chile, Espanha, Portugal e Grécia. Além do cearense Wanger dos Santos, o Brasil será representado pelo artista gaúcho Leonardo Vieira. A exposição busca trazer a visão de cada artista em relação à pandemia do novo coronavírus. Cada expositor exibe apenas uma obra, e a criada por Wanger foi a pintura “Como Estaria Picasso Nos Dias Atuais em Plena Pandemia da Covid-19”.
A arte, que exibe o pintor espanhol usando máscara de proteção e com as mãos em uma janela, procura imaginar qual seria a reação de Pablo Picasso ao lidar com o isolamento imposto pelo novo coronavírus, já que ele vivenciou a pandemia da Gripe Espanhola, ocorrida no século passado. Wanger dos Santos afirma que também desejou, com a sua obra, ressaltar os sentimentos de angústia e de medo das pessoas neste momento.
Wanger explica que desde os cinco anos de idade se relaciona com a cultura de forma muito próxima. Sua trajetória no meio artístico começou com desenhos de plantas feitos por ele nas paredes de onde morava, descobrindo que poderia expressar sua vivência a partir da linguagem não-verbal. A partir disso, percebeu que “não dava para deixar de fazer arte”.
As influências artísticas de Wanger foram se diversificando e se acumulando ao longo de sua vida. De desenhos animados da televisão a artistas como Raimundo Cela e Aldemir Martins, além de nomes internacionais como o pintor peruano Bóris Vallejo e o artista espanhol Luis Royo.
O artista cearense acredita que a arte serve como “forma de oxigênio”, e essa configuração é reforçada ainda mais neste contexto de pandemia. Para Wanger, ao fazer arte o artista migra para um “mundo paralelo” onde é possível encontrar aspectos de cura para possíveis sofrimentos e mágoas. (Miguel Araújo)