Aposentados e demais beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) agora têm mais tempo para quitar dívidas com crédito consignado. Desde a última quinta-feira (6), esse tipo de empréstimo pode ser parcelado em até 96 meses (oito anos). Com a mudança, é essencial que os segurados entendam como ficam os valores das parcelas e o custo total do empréstimo.
Uma das justificativas do Ministério da Previdência Social é facilitar o acesso ao crédito. A pasta alega ainda que há pedidos dos aposentados nesse sentido.
“Nós estamos acompanhando, a quantidade de parcelas que já é cobrada há algum tempo para os funcionários públicos federais para tentar aliviar um pouco o peso da prestação para os consignados (de beneficiários do INSS)”, disse Carlos Lupi, ministro da Previdência Social, durante coletiva de imprensa.
No entanto, Eduardo Josef Wigman, diretor de Produtos Financeiros da plataforma de empréstimo consignado meutudo, alerta que, embora os descontos das parcelas possam ser menores, o aumento da quantidade de parcelas afeta diretamente o valor final pago pelos benefícios.
Um aposentado que contratar um empréstimo de R$ 10 mil e parcelar em 96 meses pagará R$ 220 por mês. Embora a prestação seja menor do que no prazo anterior de 84 meses, que era de R$ 232, o valor total pago ao final do contrato subirá de R$ 19.488 para R$ 21.120, um acréscimo de 8,37%.
“Com o novo prazo de 96 meses, o valor total do empréstimo será maior. Por isso, é essencial que essa opção seja utilizada com cautela, a fim de evitar um endividamento excessivo”, recomenda Eduardo.
De acordo com cálculo do especialista, a diferença entre os novos e antigos prazos máximos de parcelamento do crédito consignado, considerando o teto de juros de 1,80% ao mês, em vigor desde o mês passado.
Situação do crédito consignado
Segundo dados do INSS, quase dois em cada cinco beneficiários (38,6%) tinham pelo menos um contrato de crédito consignado ativo até a última quinta-feira (6). Esse percentual representa mais de 15,45 milhões de pessoas.
Atualmente, há 66 instituições credenciadas ao INSS. A margem de consignação é de 35% do valor do benefício. Os bancos definem as taxas, obedecendo o teto aprovado pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS).
No mês passado, o CNPS elevou a taxa máxima de 1,66% para 1,8% ao mês, diante da trajetória de alta na taxa de juros básica de economia (Selic), atualmente em 13,25% ao ano.