Duas crianças Yanomami da comunidade indígena Makuxi Yano, em Roraima, foram vítimas de um grave acidente envolvendo uma balsa. Os meninos, um de 5 e outro de 7 anos, foram “sugados” pela embarcação que pertence a um garimpo ilegal, no rio Parima, no norte do Estado. Uma das crianças morreu após o acidente. Já a outra, continua desaparecida. O caso ocorreu na última terça-feira (12).
De acordo com lideranças locais ao Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY), ligado ao Ministério da Saúde, as balsas ficam na beira do rio. Os meninos teriam sido jogados na água após acionarem “algum objeto”.
O líder indígena Dário Kopenawa Yanomami, vice-presidente da Hutukara, afirma que o caso das crianças tem relação com o garimpo ilegal.
“A morte de duas crianças Yanomami é mais um triste resultado da presença ilegal do garimpo na Terra Indígena Yanomami, que segue invadida por mais de 20 mil garimpeiros”, destacou.
“Somente a região do Parima, onde está localizada a comunidade de Macuxi Yano, é uma das mais afetadas pela atividade ilegal, foi atingido um total de 118,96 hectares de floresta degradada, um aumento de 53% sobre dezembro de 2020. Além das regiões já altamente impactadas, como Waikás, Aracaçá, e Kayanau, o garimpo avança sobre novas regiões: em Xitei e Homoxi, a atividade teve um aumento de 1000% entre dezembro passado e setembro deste ano”, continuou.
A Terra Indígena Yanomami é alvo frequente de investidas de garimpeiros e grileiros ilegais, sendo palco de constantes conflitos e ataques violentos.
Em julho deste ano, um indígena de 25 anos, identificado como Edgar Yanomami, morreu após ser atropelado por um avião de garimpeiros na comunidade Homoxi. Ainda no mesmo período, garimpeiros afundaram uma canoa onde estavam crianças e jovens indígenas na região de Palimiú.