O sociólogo W.E.B. Du Bois, um dos principais teóricos do movimento negro americano e fundador da NAACP, a maior organização de defesa dos direitos da comunidade negra naquele país, capturou a atenção das editoras brasileiras.
Ao menos dois lançamentos estão programados para este ano. Em março, a Veneta coloca nas livrarias “As Almas do Povo Negro”, obra de 1903 que mistura literatura, história e manifesto antirracista.
Apesar de ser talvez a obra mais famosa do autor, sua circulação é raríssima no Brasil —onde, aliás, Du Bois foi bem menos editado até hoje do que merecia, dado que foi referência para intelectuais como Martin Luther King, Angela Davis e James Baldwin.
Em meados do ano, a Perspectiva lança “Crepúsculo do Amanhecer: Ensaio para uma Autobiografia do Conceito de Raça”, obra em que o autor, nascido em 1868, decide investigar a questão racial retraçando as sua própria vida e história familiar.
EVOÉ No compêndio “100 Nomes da Edição no Brasil”, que acaba de sair pela Oficina Raquel, o jornalista Leonardo Neto não olha só para a história do mercado editorial. Ali, destaca também sete profissionais que representariam o futuro da edição no país. São Daniel Lameira, Felipe Brandão, Gil Sales, Henderson Fürst, Isabel Lopes Coelho, Larissa Caldin e Vagner Amaro.
JOVENS À VISTA De enfoques e perfis bem diversos, os sete editores têm em comum a pouca idade e alguma abordagem disruptiva no mercado, diz o autor, que é editor-chefe do site especializado PublishNews. “Ouvi muita gente das antigas para que me apontassem essas figuras proeminentes. São jovens profissionais com potencial para revolucionar o campo.”
O INFERNO E MARAVILHAS Dois olhares ainda inéditos de intelectuais relevantes para a pandemia de coronavírus já têm publicação garantida no Brasil antes mesmo de sair lá fora. “Doom”, livro do historiador Niall Ferguson sobre o que chama de “política das catástrofes”, sai pela Planeta no segundo semestre. E “Onde Eu Estou? Lições da Pandemia para Terrestres”, do antropólogo Bruno Latour, sai em maio pela Bazar do Tempo.
MOÇAS FEITO PASSARINHO A Relicário resgata este ano um clássico de Marguerite Duras sobre as angústias da escrita, chamado simplesmente “Escrever”. Esgotado há anos, o livro ganha novo prefácio e tradução de Luciene Oliveira.