O Podemos anunciou, no último sábado, que Soraya Thronicke (MS) vai concorrer à presidência do Senado no ano que vem. Embora essa seja a primeira postulação à sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) confirmada oficialmente até o momento, outros nomes de peso, de diferentes partidos, já se movimentam nos bastidores pela cadeira.
Um dos principais concorrentes é o atual comandante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União-AP). Ele é a aposta do próprio Pacheco, de quem é antigo aliado, uma vez que o mineiro, em seu segundo biênio à frente do Senado, não pode, por lei, ser reconduzido novamente. Contudo, uma parte do PSD, dono da maior bancada da Casa, reluta em apoiar um integrante de outro partido e ainda estuda lançar um correligionário ao cargo.
A brecha tem sido aproveitada por Eliziane Gama (PSD-MA), que vem tentando costurar apoios junto à bancada feminina. Relatora da CPMI do 8 de Janeiro, a senadora acredita que a postura no colegiado, descrita por ela como equilibrada, pode ser uma carta na manga.
— Se o PSD me lançar à presidência do Senado, eu ganho — chegou a dizer a maranhense à revista “Veja” em novembro do ano passado.
Líder da oposição
Entre a oposição ao governo Lula, o cenário é mais incerto. A alternativa que parece mais forte no momento, entretanto, é uma nova postulação de Rogério Marinho (PL-RN), derrotado na reeleição de Pacheco no ano passado. A favor dele, conta a proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o fato de fazer parte da segunda maior sigla da Casa, atrás apenas do PSD. Ele também é líder da oposição no Senado.
Com o anúncio do último sábado, Thronicke se tornará a segunda mulher a disputar a presidência do Senado — podendo juntar-se ainda ao grupo Eliziane Gama. Em 2021, Simone Tebet (MDB-MS) foi superada por Pacheco, mas o pleito interno foi tido como determinante para que ela disputasse a Presidência da República no ano seguinte.
A terceira colocação no primeiro turno, atrás apenas de Lula e Bolsonaro, fez com que o apoio de Tebet fosse um dos mais cobiçados no segundo. Ela optou pelo petista, e hoje é ministra do Planejamento e Orçamento da gestão.
Soraya Thronicke também alçou-se como presidenciável em 2022. Ex-aliada de Bolsonaro, a senadora repercutiu em debates com a postura combativa ao então candidato à reeleição, de quem se afastou em meio à pandemia da Covid-19.
No evento do Podemos Mulher em São Paulo no qual Thronicke foi lançada ao comando do Senado, a presidente da sigla, Renata Abreu, frisou o perfil combativo da correligionária:
— Sonhamos, sim, em eleger a primeira mulher na presidência do Senado. Porque temos coragem —disse Abreu. — A gente não vai abaixar a cabeça para senador nenhum.
Quem está no páreo
- Soraya Thronicke (Podemos-MS): Primeiro nome confirmado para a disputa, a senadora ganhou projeção ao disputar a Presidência da República em 2022. A comandante da sigla, Renata Abreu, aposta na “coragem” da correligionária.
- Davi Alcolumbre (União-AP): É a aposta do atual presidente, Rodrigo Pacheco, de quem é antigo aliado. Contudo, uma parte do PSD, dono da maior bancada da Casa, reluta em apoiar um integrante de outro partido e estuda lançar um correligionário ao cargo.
- Eliziane Gama (PSD-MA): Tenta surfar no desejo da parcela da sigla que quer uma postulação própria. Relatora da CPMI do 8 de Janeiro, também acredita que a postura no colegiado, descrita por ela como equilibrada, pode pesar.
- Rogério Marinho (PL-RN): A favor dele, conta a proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o fato de fazer parte da segunda maior sigla da Casa, atrás apenas do PSD. Derrotado por Pacheco em 2023, ele também é líder da oposição no Senado.