Os EUA voltarão a permitir a entrada de viajantes do Brasil e de outros países, como China, Índia e Reino Unido —desde que estejam completamente vacinados contra a Covid-19— a partir do início de novembro, anunciou o coordenador da resposta à pandemia na Casa Branca, Jeff Zients, nesta segunda-feira (20).
Segundo Zients, o plano, que reverte a decisão tomada em março de 2020, é retomar as permissões de entrada gradualmente, à medida que as autoridades definam novos requisitos. Haverá exceções à política de vacinas, disseram as autoridades, mas os detalhes das novas exigências ainda não foram esclarecidos.
“As viagens internacionais são essenciais para conectar famílias e amigos, para abastecer pequenas e grandes empresas, para promover o intercâmbio de ideias e de cultura”, disse Zients. “É por isso que, com a ciência e a saúde pública como nossos guias, desenvolvemos um novo sistema de viagens aéreas internacionais que aumenta a segurança dos americanos em casa e nas viagens aéreas internacionais.”
Ainda que estejam com o esquema de vacinação completa, os viajantes que quiserem voar aos EUA deverão apresentar testes de Covid-19 com resultado negativo e data de até três dias antes da viagem. Em solo americano, por outro lado, os imunizados não serão mais obrigados a cumprir quarentena.
Segundo um representante da embaixada brasileira nos EUA , a definição de que fármacos serão aceitos ainda está sendo discutida, assim como a forma de apresentação do comprovante de imunidade. Haverá negociações para que seja aceita a lista aprovada pela OMS.
Zients, o coordenador da Casa Branca, também anunciou novas regras para cidadãos americanos não vacinados no exterior. Para voltar aos EUA, esse grupo precisa apresentar teste com resultado negativo feito na véspera da viagem e se submeter a novo exame assim que desembarcar.
Além disso, o CDC deve anunciar em breve uma ordem às companhias aéreas, exigindo que sejam coletados números de telefone e endereços de email dos viajantes para viabilizar um novo sistema de rastreamento de contatos e monitoramento de sintomas, segundo o jornal The New York Times.
A ação do governo Biden ocorre na véspera de uma visita do premiê Boris Johnson. No encontro, era esperado que o britânico pressionasse o americano para para suspender as restrições de viagem.
O mesmo tema está na pauta de Jair Bolsonaro e de diplomatas brasileiros que devem se encontrar com Boris nesta segunda. O Reino Unido anunciou na sexta (17) uma simplificação das regras para a entrada de estrangeiros, com lista única dos países cujos viajantes são vetados. O Brasil permanece entre eles.
Há uma semana, o CDC atualizou sua classificação de risco para as viagens ao Brasil. O país, que era classificado para residentes americanos que precisassem viajar como de “risco muito alto”, quarto e último estágio, agora está com o selo de “risco alto”, terceiro estágio.
Pela definição anterior, a orientação das autoridades eram para que não fossem feitos deslocamentos ao Brasil. Com a nova classificação, na prática, a agência passa a recomendar que só viajantes totalmente vacinados embarquem. Ainda assim, não são aconselhadas viagens não essenciais para o país.
“Devido à situação atual no Brasil, todos os viajantes podem estar em risco de obter e espalhar variantes da Covid-19”, destacou a agência em seu site.
Em janeiro, dois dias antes de deixar a Casa Branca, o agora ex-presidente Donald Trump suspendeu as restrições de viagem a passageiros não americanos vindos do Brasil e da Europa.
Na ocasião, o republicano fez referência aos novos protocolos de teste e disse que a entrada de passageiros do Brasil e da Europa não era mais “prejudicial aos interesses dos Estados Unidos” e que era “do interesse americano encerrar a suspensão de entrada”.
Cinco dias depois de tomar posse, no entanto, Biden derrubou a medida do antecessor e reimpôs as restrições, citando a variante do coronavírus que foi identificada no Brasil e que, segundo o texto do democrata, podia “impactar o potencial de reinfecção”.