A exposição “Dois em Um”, do artista visual Cordeiro Filho, foi aberta na sexta-feira, 15, no Espaço de Artes Ilzé Cordeiro, no Centro Cultural do Ministério Público do Maranhão, localizado na rua Oswaldo Cruz, no Centro de São Luís. O expositor apresenta 20 desenhos divididos em dois grupos. A visitação é gratuita e fica em cartaz até 18 de setembro.
O primeiro grupo retrata os pregoeiros de São Luís em dez desenhos pintados com tinta acrilex e lápis aquartelados. Esses vendedores ambulantes são figuras tradicionais na história da capital maranhense e anunciavam seus produtos por meio de cantos e bordões chamados pregões.
Nas outras obras, Cordeiro Filho faz uma releitura dos desenhos da ilustradora, pintora e desenhista Renée Lefèvre (1910-1996), colorindo-os em aquarela. Nascida em São Paulo, Renée visitou São Luís e Alcântara e retratou casarões, becos, ruas e praças das duas cidades. A obra de Lefèvre está reunida no livro “Maranhão: São Luís e Alcântara”, que teve a colaboração do escritor e jornalista maranhense Odylo Costa, filho.
O procurador de justiça Eduardo Nicolau prestigiou a abertura da exposição e elogiou o trabalho de Cordeiro Filho. “Você é um grande mestre da arte do Maranhão”.
O analista ministerial, curador da exposição e do Centro Cultural, Francisco Colombo, e o jornalista e servidor da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do MPMA, Marcelo Amorim, também se manifestaram destacando o trabalho primoroso e a habilidade artística de Cordeiro Filho.

O ARTISTA
José de Ribamar Cordeiro Filho nasceu em São Luís, em 1950. Iniciou o trabalho artístico quando cursava Desenho e Plástica na Universidade Federal do Maranhão. À época, começou a desenhar os pregoeiros e a realizar exposições individuais e coletivas.
O artista foi o primeiro cartunista diário da imprensa maranhense e exerceu mandatos como vereador de 1982 a 1992. Além disso, Cordeiro Filho exerceu diversos cargos públicos e foi coordenador do Projeto Reviver, responsável pela revitalização do centro histórico de São Luís e que resultou na conquista do título de Patrimônio Cultural da Humanidade outorgado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
“Esses pregoeiros surgiram na época da faculdade. Fiz dois desenhos: o sorveteiro e o laranjeiro. Para minha surpresa, meu material vendeu logo. Era uma coisa diferente e eu fiquei entusiasmado. A partir daí, passei aquilo que estava na minha memória e fiz essa coleção dos pregoeiros ao longo dos anos. Hoje meu nome está ligado, quase umbilicalmente, à figura do pregoeiro”, explicou o artista.