A exposição “Pintando e Bordando”, da artista plástica maranhense Telma Lopes, está em cartaz no Espaço de Artes Márcia Sandes, na Procuradoria Geral de Justiça. A abetura aconteceu nesta terça-feira, 20.
Composta por alguns conjuntos de telas e peças, confeccionadas com diferentes técnicas, a mostra faz um resgate da infância e das memórias da artista que morou no Rio de Janeiro, antes de retornar para São Luís.
Parte dos 26 trabalhos retratam personagens populares do passado de São Luís, como artesãos, pregoeiros, ambulantes, mendigos e capoeiristas. Há, ainda, animais, em especial pássaros, e manifestações da cultura popular como o tambor de crioula.
Para compor a exposição, Telma Lopes resgatou obras que estavam guardadas, algumas há mais de uma década, como as peças com bordado livre e os quadros cujas pinturas e imagens foram feitas com folhas secas. “Esse trabalho todo é memória, alguns remetem à minha infância, tanto os bordados quanto as telas de folhas secas. Por isso, estou aproveitando esse material para expor”.
Telma Lopes contou que o trabalho com as folhas secas foi resgatado depois de 2014, quando veio a São Luís para um momento muito triste, o enterro de sua mãe. “Na ocasião, uma prima minha me lembrou que, na infância, eu brincava com folhas secas e resinas de plantas, fazendo colagens. Daí, agora, aprimorei essa habilidade”.
O resgate do bordado livre também foi feito em um momento difícil de sua vida. “Eu estava com um problema grave e fui proibida por um médico de usar qualquer tipo de tinta. Naquele momento, fiquei pensando o que fazer da vida. De repente, lembrei que, quando era criança, auxiliava a minha mãe que era costureira. Assim, resolvi retornar à costura artística”, disse.
Na abertura da exposição, que integrou a solenidade de lançamento dos trailers destinados à Ouvidoria e às Promotorias Distritais, o procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau, saudou o trabalho da artista. “Hoje, estamos muito felizes porque temos dois eventos grandes no Ministério Público. Um deles, a bela exposição da artista Telma Lopes”, destacou.
Trajetória
A carreira de Telma Lopes nas artes visuais foi iniciada na década de 1980, quando ingressou no Laboratório de Expressões Artísticas (Laborarte), em São Luís. Depois foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como pintora de arte no Núcleo de Produção Cenográfica da Rede Globo durante 20 anos.
Ao longo da carreira, também participou de diversas mostras
individuais e coletivas pelo país. Em 1994, foi artista expositora do XVII Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, na cidade do Porto, em Portugal. Em 1995, foi artista destaque no I Salão Nacional Zumbi dos Palmares, realizado pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Recebeu dois prêmios de concursos artísticos promovidos pela Fundação Municipal de Cultura de São Luís (hoje Secult). Desde 2014, interessa-se pelo estudo do tingimento natural de tecidos e fios, uso de folhas secas na criação de obras de arte, tintas naturais, pintura em tela e tecido, além de bordado livre com linhas e miçangas.
Em 2023, participou da exposição coletiva “Entrelaços” e agora, com “Pintando e bordando”, exibe, pela segunda vez, trabalhos no Espaço de Artes Márcia Sandes.