Quando Rodinei desperdiçou a chance de matar o jogo, já nos acréscimos, em um lance digno de Inacreditável Futebol Clube, o torcedor rubro-negro não imaginou que teria tanto a lamentar. Na sequência do frustrado ataque, o árbitro viu pênalti de Thuler em Marrony. Coadjuvante em todo o clássico, Maxi López apareceu para fazer o que dele se espera e garantir o empate (1 a 1), neste sábado, no Maracanã.
A frustração do Flamengo ficou evidente após o apito final, quando jogadores e o técnico Abel Braga discutiram com a arbitragem. Bruno Henrique, o mais exaltado, recebeu cartão vermelho. E o tumulto se estendeu aos corredores do estádio.
Embora o lance que permitiu o empate cruz-maltino seja duvidoso, não é possível falar em injustiça. Ao longo dos 90 minutos, foram várias as chances para ambos os lados. Esta, aliás, foi uma partida que fugiu à regra recente dos clássicos entre Flamengo e Vasco. Talvez motivados pela rivalidade exacerbada, os rivais protagonizaram encontros em que foi difícil desfrutar de alguma coisa.
Neste sábado, não. Nos dois primeiros minutos, Pikachu e Marrony estiveram perto de abrir o placar. Pouco depois, Trauco levou perigo a Fernando Miguel. Essa sequência foi a tônica do clássico, marcado por times que apresentaram fragilidade defensiva incompatível à cartilha de seus treinadores.
Do lado do Flamengo, o gol teve toque de grife, com assistência de Vitinho e gol de Arrascaeta, aos 2 minutos do segundo tempo. A jogada contou também com a colaboração de Éverton Ribeiro, outro reforço de peso. O meia acionou o camisa 11, que deu um toque preciso para desmontar a zaga cruz-maltina e deixar o uruguaio na boa para concluir.
A derrota parcial parecia a pena para um Vasco que mostrou surpreendente fragilidade defensiva. A marca deste time de Alberto Valentim, que venceu a Taça Guanabara, tem sido justamente a solidez na proteção à própria meta.
— Não conseguimos jogar o que vínhamos jogando — reconheceu o zagueiro Werley. — Mas temos que valorizar esse um ponto. Ainda estamos invictos. Vamos procurar evoluir porque a dificuldade só vai aumentar.
Do lado rubro-negro, foi impossível esconder a frustração. O time misto contrariou as expectativas de que seria dominado, mas acabou por cometer o mesmo pecado da equipe principal: a dificuldade de aproveitar as chances para ampliar.