No discurso de filiação ao PSB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin evitou citar nominalmente o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas críticas que fez sobre o governo do atual mandatário do país. Nome aguardado para ser candidato a vice na chapa de Lula (PT), Alckmin também relembrou as disputas à Presidência com o petista, que, segundo o ex-PSDB, foram “outro nível”.
“Disputei com o presidente Lula a eleição em 2006. Fomos para o segundo turno, mas nunca colocamos em risco a democracia. O debate era de outro nível, nunca se questionou a democracia”, disse Alckmin, que defendeu a recondução de Lula ao Palácio do Planalto.
“Combate à mentira”
Agora filiado ao PSB, Alckmin afirmou que a primeira tarefa dele no partido será o “combate à mentira”.
“É o que há de pior para o regime democrático, porque aqueles que criticam, que desconfiam e que agem de maneira displicente em relação ao resultado das eleições ofendem a democracia. Aqueles que ameaçam o Parlamento estão ameaçando a democracia. Aqueles que agridem o Supremo agridem a democracia”, afirmou o ex-governador.
Em crítica direta a Bolsonaro, o ex-tucano continuou: “As ditaturas que suprimem a liberdade em nome do pão, não dão o pão que prometeram e não devolvem a liberdade”.
A campanha, segundo o ex-governador, será focada no enfrentamento de “dois pesadelos que assombram o país: a violência e a miséria”.
Alckmin
Natural de Pindamonhangaba (SP), Alckmin foi governador de São Paulo entre 2001 e 2006 e entre 2011 a 2018. Antes, foi vice-governador de 1995 a 2001, deputado federal (1987-1995), deputado estadual (1983-1987), prefeito de Pindamonhangaba (1977-1982) e vereador de Pindamonhangaba (1973-1977
Ele também foi, entre 2017 e 2019, presidente nacional do PSDB, partido pelo qual esteve filiado por 33 anos. O ex-tucano disputou a eleição presidencial de 2018, ficando em quarto lugar, com 4,7% dos votos válidos.