Matéria publicada pelo jornal O Globo destaca que 11 anos após ser descoberto, “o pré-sal brasileiro se tornou a fronteira petrolífera mais atraente do mundo” e que a redução de custos “proporcionada pelos avanços tecnológicos empreendidos pela indústria no país” por meio da venda de campos produtores às petroleiras internacionais tornou sua exploração em uma das áreas mais competitivas em nível mundial . A entrega do pré-sal às multinacionais do setor petrolífero sempre foi apontada como uma das principiais razões para o golpe parlamentar de 2016, apoiado pelo grupo Globo, que depôs a presidente eleita Dilma Rousseff.
A reportagem destaca que “a redução de custos proporcionada pelos avanços tecnológicos empreendidos pela indústria no país” tornou os campos de exploração da Bacia de Santos mais competitivos que os campos de óleo e gás não convencionais dos Estados Unidos, que já foram apontados como uma espécie de revolução do setor.
A matéria, porém, não cita que parte desta redução de custos se deve ao desmonte da Petrobrás. A estatal brasileira, que vem sendo fatiada pelo governo Michel Temer, é uma das mais competitivas do mundo e foi a tecnologia desenvolvida por ela que permitiu a exploração do pré-sal.
Sem o custo de pesquisa e desenvolvimento necessário à esta atividade, bastou às petroleiras internacionais comprarem os direitos de exploração por meio dos leilões do pré-sal e pelos quais a Petrobrás se tornou apenas parceira, para terem acesso ao petróleo a um custo relativamente baixo.
O texto ressalta que especialistas avaliam que a produção na camada de pré-sal “é economicamente viável mesmo se o preço do petróleo cair a US$ 35”. Atualmente, a cotação internacional do barril está em cerca de US$ 78.
Isso explica a atenção dada pelas petroleiras para o chamado leilão de cessão onerosa, pelo qual a Petrobrás tem o direito de explorar 5 bilhões de barris na camada do pré-sal, sendo que o potencial dos campos em questão é bem maior que o previsto originalmente.
Na cessão onerosa, a expectativa era de 7,5 bilhões de barris, potencial que quase dobrou atualmente. O leilão, previsto para 2019, já é considerado como o maior do mundo com uma expectativa de arrecadar US$ 25 bilhões.
Este potencial fez com que multinacionais como Exxon, Shell, Equinor, venham amealhando por meio de lances cada vez maiores os blocos do pré-sal que estão sendo comercializados por meio dos leilões. A 5ª rodada, com quatro blocos colocados à venda, está marcado para o próximo dia 28.
O pré-sal já responde atualmente por 55% da produção nacional, com um total de 1,82 milhão de barris diários de óleo e gás.