Inaugurado em 19 de abril na aldeia do Escalvado, no município de Fernando Falcão, o Centro de Educação Escolar Indígena Raimundo Roberto Kapêrtyc Canela está com as atividades suspensas desde 14 de maio, por falta de condições ambientais.
O projeto grandioso do governo do estado do Maranhão demonstrou completa ignorância do fornecimento de energia elétrica na aldeia. A rede monofásico não suportou a potência do sistema de ar condicionado instalado no centro. Queimou geral. Devido à tensão, todo a rede elétrica também foi comprometida. A direção da escola ainda pensou em substituir a climatização por ventiladores, mas, sem tomadas, não foi possível a solução emergencial. O centro também contra com laboratório de informática.
Alardeado como a maior escola indígena do estado, o centro conta com cerca de 900 alunos matriculados, do ensino fundamental ao ensino médio, na totalidade da etnia canela.
Técnicos da Sinfra estiveram na semana passada na escola, mas não apontaram saída para breve.
Na inauguração do centro, o secretário Felipe Camarão devidamente fantasiado no dia do índio, disse que o centro seria um espaço de fortalicimento das tradições ambientais dos povos indígenas da região. O calor insuportável das salas não está na tradição citada por Camarão. No ato festivo o secretário disse ser um mê ipê mehi peaj (cidadão indígena). Pelo visto, não é tanto assim como mostrou nas pinturas pelo corpo.