Mirtes Renata, mãe do menino Miguel Otávio de Santana, de 5 anos, teve acesso, nesta quarta-feira (1º), à íntegra da sentença que condenou a ex-patroa, Sarí Mariana Costa Gaspar Corte Real, a oito anos e seis meses de prisão pelo crime de abandono de incapaz com resultado morte.
Em entrevista à imprensa, Mirtes afirmou que não ficou satisfeita com a pena determinada pelo juiz José Renato Bizerra, titular da 1ª Vara dos Crimes contra a Criança e o Adolescente da Capital.
“Por mim, seria prisão perpétua. Era para ter a pena máxima, que é de 12 anos de prisão. O que também não me deixou satisfeita é que ela pode recorrer em liberdade. Está na lei, mas a lei não é para todos. Essa sentença é parte da nossa vitória. Sarí cometeu um crime. Tem que estar atrás das grades”, afirmou.
“Por mim, seria prisão perpétua. Era para ter a pena máxima, que é de 12 anos de prisão. O que também não me deixou satisfeita é que ela pode recorrer em liberdade. Está na lei, mas a lei não é para todos. Essa sentença é parte da nossa vitória. Sarí cometeu um crime. Tem que estar atrás das grades”, afirmou.
O promotor de Justiça Humberto Graça disse por meio de sua assessoria que não iria se pronunciar sobre a sentença.
Mirtes também informou que fará um ato, nesta quinta-feira (02), em memória de Miguel – quando a morte dele completa dois anos. O ato será na Avenida Conde da Boa Vista, área central do Recife. “Será por volta das 6h30, na Ponte de Ferro. Vamos fazer uma homenagem e continuar cobrando por justiça. A luta não acabou”, disse.
Sarí Corte Real é apontada como responsável por deixar Miguel sozinho no elevador de um prédio de luxo, na área central do Recife, há quase dois anos. A criança, que procurava a mãe, caiu do nono andar e morreu.
O juiz decidiu que a acusada deverá iniciar o cumprimento da pena em regime fechado. Entretanto, conforme previsto pelo artigo 387, parágrafo único, do Código de Processo Penal, Sarí tem o direito de recorrer em liberdade até o final de todos os recursos.
“A gente vai recorrer da sentença e esperar que o Tribunal de Justiça reforme a condenação. É tudo o que posso dizer no momento”, disse o advogado Pedro Avelino, responsável pela defesa de Sarí.
O CASO
Miguel morreu na tarde de 02 de junho de 2020. Depois de a mãe descer com o cachorro da patroa, o filho correu para pegar o elevador e ir atrás de Mirtes. Sarí chegou a ir até o garoto e conversou com ele. Depois de algumas tentativas, ela apertou o botão da cobertura, antes de deixar a criança sozinha no elevador – segundo imagens de câmeras de segurança periciadas pelo Instituto de Criminalística.
Ao sair do equipamento, no nono andar, o menino passou por uma porta corta-fogo, que dá acesso a um corredor. No local, ele escala uma janela de 1,20 m de altura e chega a uma área onde ficam os condensadores de ar. É desse local que Miguel cai, de uma altura de 35 metros.