O Maranhão é o estado com o maior número de assassinatos (9) de quilombolas, seguido da Bahia, Pará e Pernambuco, com quatro casos cada. É o que revela a nova edição da pesquisa Racismo e Violência contra Quilombos no Brasil. Desenvolvida pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e a Terra de Direitos, a segunda edição identifica assassinatos registrados nos quilombos entre os anos 2018 e 2022.
A maior parte dos assassinatos de quilombolas foi registrada na reunião Nordeste (65,6%), seguidos da região Norte (12,5%) e Sudeste (9,4%). As regiões Sul e Centro-Oeste registraram 6,25% dos casos de assassinatos.
Maranhão, Bahia e Pará também figuraram entre os com maior número de assassinatos registrados na primeira edição da pesquisa, ocasião em que a Bahia teve o maior número de registros. O cenário de desigualdades e de violências historicamente praticadas contra as comunidades quilombolas brasileiras foi agravado nos últimos anos.
No quinquênio analisado foram mapeados 32 assassinatos, com registro de casos em 11 estados e todas as regiões do país – inclusive no Centro-Oeste, que não havia registrado casos na 1ª edição. Conflitos fundiários e violência de gênero estão entre as principais causas dos assassinatos de quilombolas no Brasil. Ao menos 13 quilombolas foram mortos no contexto de luta e defesa do território.
A pesquisa também revela que a violência contra quilombolas se acentuou nos últimos cinco anos. Isto porque a 1ª edição da pesquisa mapeou 38 assassinatos ocorridos no período de dez anos (2008-2017). Em 15 anos, 70 quilombolas foram assassinados (2008 a 2022).
Além dos assassinatos, a pesquisa também levantou dados sobre das violações de direitos registradas nos territórios quilombolas e aprofundou as análises dessas violações a partir de estudos de caso. Por fim, este estudo também apresenta uma série recomendações ao Estado brasileiro para enfrentamento e superação da violência.
Acesse a síntese dos dados aqui: