O número de conflitos no campo, no estado do Maranhão, ocipa a terceira posição entre os 26 estados e Distrito Federal, segundo o relatório da Comissão Pastoral da Terra, CPT, na segunda- feira, 22 de abril. Em 2003 foram 2.203 conflitos registrados, como agressões, mortes, destruíção de pertences, No Maranhão foram 171, envolvendo 17.074 pessoas; sucedendo a Bahia, primeira no ranking, com 202 conflitos (19.033 envolvidos) e Pará, com 183 conflitos, com o maior número de envolvidos: 38.597 pessoas..
Em relação a 2022 o crescimento no ano passado de conflitos no campo foi de 7&, enquanto que comparando com os números de 2024 foi de 57%. Houve, porém, redução no número de assassinatos, de 47 em 2022 para 31 em 2023. A maioria dos mortos eram indígenas: 14 mortes.
O recorde anterior era de 2020 quando a CPT registro 2.130 conflitos agrários no país. A partir de 2016 os casos de viol~encia no campo foram em média de 1,5 mil por ano. O relatório cita que 218 pessoas foram ameaçadas de morte e 66 forma vítimas de tentativa de assassinato.
Os números nacionais foram apresentados pelo bisco da prelazia de Atacotiara (AM) Dom José Ionilton, presidente da Comissão Pastoral da Terra. e secretário da Rede Eclesial Pan-Amazônica. Segundo o levantamento mais de 950 mil pessoas que viviam em 54 milhões de hectares de terras estiveram envolvidas nos conflitos.
Cobrança do governo
A CPT aponta o avanço da concentração de terra, da exploração mineral e do agronegócio como os principais responsáveis pelo crescimento dos conflitos no campo, além do discurso conservador e violento capitaneado pelo bolsonarismo. Mas Isolete Wichinieski, da coordenação nacional da CPT, cobrou o governo Lula no lançamento do relatório.
— Estamos em um governo dito parceiro dos povos do campo, mas os dados são recorde — lembrou. — As ações do governo começaram com lentidão. Ao mesmo tempo, o Brasil sofre um avanço do capital sobre áreas de comunidades tradicionais que nunca tiveram suas terras regularizadas. Tivemos mais de 300 invasões em territórios indígenas, quilombolas e das comunidades tradicionais.