O escritor e biólogo moçambicano Mia Couto, 66 anos, profere palestra nesta quinta-feira, 2 de junho, às 19h30 no Teatro do Sesc (Avenida dos Holandeses – Calhau), em São Luís. É um dos mais requintados escritores surgidos na África pós-colonial e uma das vozes mais originais da literatura lusófona contemporânea.
Dentre os muitos prémios literários com os quais foi agraciadoestá o Prémio Neustadt, tido como o Nobel Americano. Couto e João Cabral de Melo Neto são os únicos escritores de língua portuguesa que receberam a honraria.
Além de considerado é o escritor moçambicano mais traduzido. Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana.
Terra Sonâmbula, sua estreia com um romance fragmentário sobre a guerra civil moçambicana, foi publicado em 1992. Ganhou o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué.
Mia Couto é fundador de uma empresa de estudos ambientais da qual é colaborador.
Em 2013, foi homenageado com o Prémio Camões, que lhe foi entregue a 10 de Junho no Palácio de Queluz pelas mãos dos então presidentes de Portugal, Cavaco Silva, e do Brasil, Dilma Rousseff.
É sócio correspondente, eleito em 1998, da Academia Brasileira de Letras, sendo sexto ocupante da cadeira 5, que tem por patrono Dom Francisco de Sousa. Em 2020 o escritor esteve praticando da Flip para um papo sobre Hilda Hilst, pandemia e os medos de nossos dias. Um inovador da linguagem é comparado ao do escritor brasileiro João Guimarães Rosa.