esta segunda-feira (25), dia em que completaria 77 anos, o músico Paulo André Barata faleceu.
A informação foi confirmada por Tito Barata, irmão do compositor, em um post nas redes sociais.
“Partiu para o céu infinito. Foi músico e compositor paraense de quatro costados. Torcedor do Paysandu e do Fluminense. Amou os animais e cantou a Amazônia. Dedicou sua vida à criação artística e ao bem comum.
Paulo André estava internado no Hospital Porto Dias há dez dias.
Segundo a família, o compositor será velado a partir das 22h no Theatro da Paz. O enterro está previsto para a manhã de terça-feira (26) no Cemitério Santa Izabel, em Belém.
O governador Helder Barbalho anunciou que o Pará vai decretar três dias de luto.
Vida e Obra
Paulo André Barata nasceu em Belém no dia 25 de setembro de 1946. Torcedor do Paysandu e do Fluminense, seu talento musical começou a aflorar desde a adolescência e foi aprimorado no Conservatório Carlos Gomes e pelos professores Tó Teixeira, em Belém e Wilma Graça, no Rio de Janeiro.
O poeta Ruy Barata, pai de Paulo André foi um de seus fiéis parceiros, sempre acompanhando os trabalhos musicais do filho, os quais eram compartilhados em parcerias que marcaram a carreira do cantor paraense. Entre as parcerias que Paulo André construiu, pode-se destacar: Paulo César Pinheiro, João de Jesus Paes Loureiro, Capinan, Alfredo Oliveira, Antonio Adolfo, Sérgio Ricardo, Nilson Chaves, João Donato, J. Petronilo, Luiz Coronel, Mario Telles, José Maria Villar, Maranhão.
As composições de Paulo André ficaram nacionalmente conhecidas com a interpretação única de Fafá de Belém, que emprestou sua voz para as canções: “Indauê Tupã” e “Esse Rio é Minha Rua”, as quais foram incluídas em seu primeiro LP, em 1976. Na época, o cantor havia criado essas músicas para serem a trilha sonora do filme de Líbero Luxardo – “Brutos Inocentes”.
Mais tarde, em 1977, Fafá voltou a gravar composições de Paulo André Barata. As músicas “Foi Assim” e “Pauapixuna” integraram o segundo LP da cantora, e atingiram grande sucesso no cenário musical brasileiro.
Em 1978, Paulo André estreou seu primeiro disco, chamado de “Nativo”. Em 1980 foi a vez de lançar o segundo, com o título “Amazon River” pela, hoje extinta, Continental. Os dois LPs foram aclamados pela crítica especializada.
Em 1979, participou do “Festival Internacional Costa a Costa” realizado no Uruguai e ganhou o primeiro lugar com a canção “Nativo”.
Em 1990, a convite de uma empresa paraense – a Engelplan – Paulo gravou um terceiro vinil “Paulo Para Sempre Ruy”, o qual foi posteriormente digitalizado e passou a contar com mais duas canções, agora como produção independente.
A Secretaria de Cultura do Estado do Pará apoiou no final da década de 90 a gravação de um cd duplo do cantor paraense, que foi intitulado “Projeto Uirapurá: O Canto da Amazônia”. Nesta produção, Paulo demonstrou todo o seu talento para interpretar diferentes ritmos musicais, influenciado por diferentes artistas que ele nunca escondeu admirar. Entre as inspirações, estão: Dorival Caymmi, Tom Jobim, Villa-Lobos, Debussy entre outros.
As canções de Paulo André Barata estarão para sempre marcadas na memória paraense, uma contribuição cultural que atravessa as eras e que certamente ainda serão ouvidas através de vozes de grandes artistas, como Fafá de Belém e outros intérpretes que conheciam profundamente as obras de Barata.