O Prêmio Nobel de Literatura este ano vai laurear dois autores. A decisão foi comunicada nesta terça (5/03), por meio de nota publicada no site da Fundação Nobel. O anúncio vem para compensar a suspensão do prêmio em 2018, quando membros da Academia Sueca e da própria fundação foram acusados de assédio.
Na nota, o Conselho de Administração da Fundação Nobel avisa que foram tomadas medidas para restabelecer a confiança na instituição e no prêmio. Entre as mudanças no estatuto da Academia está a possibilidade de que os membros da academia possam renunciar. Antes, os membros eram vitalícios e, por isso, ficavam impedidos de renunciar. Segundo a nota, foram eleitos novos membros, já que sete deles acabaram deixando a Academia depois das denúncias.
A eleição procurou deixar de fora nomes que estivessem envolvidos em algum tipo de investigação criminal. “A fim de aumentar a confiança no Prêmio Nobel de literatura na situação que surgiu, a Academia Sueca também decidiu introduzir uma nova ordem para seu Comitê Nobel para os próximos anos”, explica a nota. “Cinco membros externos independentes, que acrescentam novas perspectivas valiosas, participarão do trabalho de escolha dos ganhadores do prêmio Nobel. O novo comitê apresentará sua própria proposta conjunta aos prêmios Nobel.”
Em 2018, 18 mulheres denunciaram terem sido vítimas do fotógrafo francês Jean-Claude Arnault, diretor do Forum – Nutidsplats för kultur, mantido com financiamento da Fundação Nobel. O fotógrafo era casado com a poeta Katarina Frostenson, na época membro da Academia Sueca. Algumas das mulheres que fizeram a denúncia faziam parte da academia. Um total de 11 membros acabaram por renunciar em consequência do escândalo.
“Embora leve tempo para restaurar totalmente a confiança, o Conselho da Fundação Nobel acredita que as condições agora são boas para isso”, diz a nota da fundação, que também esclarece que as reformas implementadas vão fazer com a instituição se torna uma organização melhor no futuro.