Deputados federais prometeram combater manifestações eróticas nas universidades federais, nesta sexta-feira (18), após a repercussão nas redes sociais de um vídeo de uma palestra realizada na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). No evento, realizado na quinta-feira, 17 de outubro, a cantora travesti Tertuliana Lustosa dança em cima de cadeira e expõe os glúteos.
As cenas da apresentação levaram o presidente da Comissão de Educação, Nikolas Ferreira (PL-MG), a acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar possíveis crimes ocorridos durante o I Encontro de Gênero, na UFMA.
Nikolas também solicitou “informações dos professores responsáveis pelo grupo de pesquisa, que realizou encontro”. “Se as apurações demonstrarem ciência e leniência quanto ao fato, solicitarei a Exoneração de todos”, ressaltou na rede X.
Por fim, o parlamentar mineiro destacou que discutirá todas as “medidas cabíveis” na Comissão de Educação. “Aguardaremos as apurações e as providências que serão tomadas pela PGR”, concluiu.
Convocação de Camila Santana
O deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) decidiu convocar o ministro da Educação, Camilo Santana, para prestar esclarecimentos sobre a apresentação na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. O requerimento precisa ser aprovado no colegiado.
Segundo o documento, a apresentação gerou “grande polêmica”, uma vez que envolveu a exposição de partes íntimas durante uma palestra, o que levantou questionamentos sobre a adequação desse tipo de conteúdo em um ambiente educacional público. O deputado argumenta que a apresentação pode ter violado princípios constitucionais e normativos relacionados à educação, como o respeito à moralidade e aos valores sociais, familiares e éticos.
“O desrespeito do governo Lula com a educação brasileira é cada vez mais evidente. O que aconteceu no Maranhão é reflexo de uma gestão que em vez de educar prefere jogar ideologia nos estudantes. Queremos saber os motivos da liberação desta vergonha e se algum dinheiro público foi repassado”, explicou o delegado.
O requerimento justifica a convocação do ministro para que ele explique as providências tomadas pelo Ministério da Educação e discuta os mecanismos de controle e supervisão das atividades realizadas nas universidades públicas, visando garantir que essas instituições sigam as normas legais e constitucionais.
A universidade federal diz que “tomará as providências cabíveis” e que “respeita o ambiente acadêmico inclusivo”. “A Universidade é um espaço plural e de diálogos, dedicado ao conhecimento, à diversidade de ideias e ao respeito mútuo. Por isso entendemos que a liberdade de expressão é um pilar fundamental da academia, mas também ressaltamos a importância de se manter um ambiente harmônico e respeitoso para todos os membros da nossa comunidade”, diz a UFMA em nota.
A apresentação erótica gerou uma forte reação de outros parlamentares que avaliaram o episódio como uma “decadência do ensino sob a gestão petista”.
“Quando vemos shows eróticos acontecendo dentro de uma universidade pública, pagas com o dinheiro do contribuinte, entendemos o nível de degradação que o PT promove na educação”, disse o deputado Rodrigo Valadares (União-SE).
Para a deputada Silvia Waiãpi (PL-AP), o ato na UFMA não tem “nada a ver com cultura ou liberdade de expressão, mas sim com uma clara afronta aos valores que sustentam a nossa sociedade”. “Nossos jovens deveriam estar recebendo uma educação de qualidade, e não sendo expostos a um ambiente de depravação e imoralidade”, disse.
De acordo com o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), o governo Lula instaurou um “aparelhamento ideológico” das universidades: “Esse show é a cara do PT. Não se trata apenas de um evento isolado, mas de uma estratégia clara de destruição dos pilares que sustentam a educação. O PT aparelhou as universidades para promover ideologia, libertinagem e afastar nossos jovens dos valores que realmente importam”, destacou.
