A Polícia Federal realiza uma operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em um condomínio de Brasília. O seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, foi preso na mesma ação que apura a atuação de um grupo que teria inserido dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com os indícios coletados pela PF, a suposta falsificação do certificado de vacinação tinha como objetivo viabilizar a entrada nos Estados Unidos de Bolsonaro, familiares e auxiliares do ex-presidente, driblando as exigências da imunização obrigatória.
Os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro, além de análise do material apreendido durante as buscas e realização de oitivas de pessoas que detenham informações a respeito dos fatos.
Segundo a PF, o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas” e “sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.
De acordo com a colunista Bela Megale, o ex-presidente teve seu celular apreendido, mas, até o momento, não forneceu a senha. A ex-primeira-dama inicialmente também não passou a senha, mas, posteriomente, autorizou acesso ao seu aparelho.
A Controladoria-Geral da União (CGU) vinha apurando a possibilidade de inserção de dados falsos no cartão de vacinação de Bolsonaro. Há suspeitas que dados da famiares tambem foram fraudados.
Conforme o GLOBO mostrou, a investigação em questão foi aberto durante a gestão do ex-ministro da CGU Wagner Rosário, próximo ao fim do antigo governo. Em janeiro deste ano, um grupo de hackers divulgou um cartão de vacinação que supostamente seria de Bolsonaro. Nele constava o registro de uma dose da vacina contra a Covid-19, que teria sido aplicada em uma unidade de saúde em São Paulo, com data de 19 de julho de 2021.