RIO – Após um sábado pouco movimentado na Superintendência da Polícia Federal, na Zona Portuária do Rio, o escritor Carlos Nejar apareceu no local no início da noite anunciando que desejava entregar um livro ao ex-presidente Michel Temer, preso no local desde quinta-feira. Nejar, que é membro da Academia Brasileira de Letras e também Procurador de Justiça aposentado, deixou o livro “Esconderijo da Nuvem”, de sua autoria, e se retirou.
Na chegada ao local, Nejar se identificou como “poeta” e “amigo” de Temer.
— Eu sou amigo dele. Não tenho vergonha de dizer isso. Amizades não envelhecem— afirmou.
Carlos Nejar redigiu, em 2013, o texto de apresentação do livro “Anônima Identidade”, escrito por Temer. Aquele foi o primeiro livro de poesias lançado pelo então vice-presidente, composto por versos redigidos por Temer durante viagens de avião. O prefácio do livro foi escrito pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto.
Pela manhã, o advogado Gustavo Guedes, que já defendeu Temer em causas eleitorais, foi barrado ao tentar visitar o ex-presidente na PF – as visitas são permitidas somente durante a semana. Guedes, então, entregou um livro sobre o estadista britânico Winston Churchill e foi embora.