Morreu nesta segunda-feira (11), aos 75 anos, Antônio Wilson Vieira Honório, o Coutinho, parceiro vitorioso de Pelé no Santos de 1958 a 1967. Ele atuou na seleção campeã na Copa de 1962.
Antônio Wilson Vieira Honório, o Coutinho, maior parceiro da carreira de Pelé, morreu ontem aos 75 anos. Os dois juntos ganharam todos os títulos possíveis pelo Santos entre 1958 e 1967 e ficaram marcados também por tabelinhas inesquecíveis. Ele também integrou a seleção brasileira campeã na Copa de 1962.
“É uma grande perda. A tabelinha Pelé-Coutinho fez o Brasil ficar mais conhecido no mundo todo. Tenho certeza que um dia faremos tabelinha no céu. Minhas condolências à família”, disse Pelé.
Em janeiro, o ex-jogador ficou uma semana internado por causa de uma pneumonia. Ontem no fim da tarde, sofreu um enfarte em casa, em Santos. “Nesse momento de imensa tristeza, o que nos fará lembrar eternamente de Coutinho são suas glórias, gols e histórias marcantes”, escreveu o Santos em seu site. O velório será realizado hoje, na Vila Belmiro.
Natural de Piracicaba, Coutinho chegou ao Santos com 14 anos, levado pelo técnico Lula. Com um domínio de bola impressionante e grande poder de finalização, logo ganhou a posição de centroavante do time, em substituição a Pagão, outro grande craque do time.
Foi o companheiro ideal de Pelé. Diz a lenda que Coutinho passou a usar uma faixa branca no punho direito para diferenciar do camisa 10 e passar a ter também os elogios pelas lindas jogadas que fazia. Para muitos, Coutinho tinha mais visão de jogo que Pelé na hora de finalizar, o que lhe valeu o apelido de “gênio da pequena área”.
As tabelas Pelé-Coutinho, inclusive, de cabeça, ficaram marcadas. Juntos os dois lideraram o Santos na conquista de seis títulos paulistas (1960, 1961, 1962, 1964, 1965 e 1967), quatro Torneios Rio-São Paulo (1959, 1963, 1964 e 1966), cinco Taças Brasil (1961, 1962, 1963, 1964 e 1965), duas Libertadores (1962 e 1963) e dois mundiais (1962 e 1963). Coutinho fez 457 jogos e 370 gols pelo Santos.
Coutinho foi convocado para a Copa do Chile, em 1962, mas não chegou a atuar por causa de uma lesão, deixando o protagonismo para Vavá e Amarildo.
Uma de suas principais marcas foi ter enfrentado o Corinthians por 12 anos e jamais ter sido derrotado. Com tendência a engordar, sofreu com lesões e teve encerrar a carreira precocemente, aos 30 anos.
Pepe, ponta-esquerda do inesquecível time do Santos, autor de 405 gols (segundo maior artilheiro do Santos), também reverenciou o amigo em entrevista à Rádio Bandeirantes. “Ele estava com problemas de saúde, mas fora isso continuava sendo aquele moço alegre. É um cara feliz, que viveu uma vida feliz até onde deu”, disse. “Não vou ter mais o bate-papo com meu amigo. Não vamos mais tomar café perto da Vila Belmiro todas as tardes.”
O “Canhão da Vila”, apelido herdado por causa do forte chute de pé esquerdo, relembrou que Coutinho precisou de autorização dos pais para estrear pelo Santos. “Foi contra a Portuguesa Santista, em Eurico Mursa, e não era permitido que menores de 15 anos entrassem no estádio à noite. Ele só tinha 14.”
Pelé
MAIOR COMPANHEIRO DE COUTINHO ‘É uma grande perda. A tabelinha Pelé-Coutinho fez o Brasil ficar mais conhecido. Um dia faremos tabelinha no céu’