RIO – Após incertezas sobre os ensaios técnicos das escolas de samba do Grupo Especial, a Sapucaí escutou seu primeiro grito de carnaval este ano na noite deste domingo. Vila Isabel, Mocidade Independente de Padre Miguel e Unidos da Tijuca – nesta ordem – levaram a festa para a Sambódromo, no Centro do Rio, a partir das 20h. A confirmação, feita pelas escolas que abrem a programação e pela a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), ocorreu somente na quinta-feira, após longa espera e impasses sobre a festa, gratuita para o público.
A noite tambem foi de desabafo. Na concentração, de olho nos instrumentos da percussão da azul e amarelo, o mestre de bateria, Casagrande, criticou a demora na confirmação dos ensaios técnicos. Para ele, os desfiles antes do carnaval dão a chance de o público que não pode pagar pelos ingressos de aproveitar a festa do mesmo jeito.
– Queríamos mais tempo (antes da confirmação). Não tivemos como confeccionar todas as camisas. Não entendemos porque insistem nisso, porquê a prefeitura não liberava. Essa é uma festa para o povo que não tem condições de pagar caro. E é uma oportunidade para nós de mostrarmos que o samba é samba, independente do que aconteça – afirma Casagrande.
A noite tambem foi de desabafo. Na concentração, de olho nos instrumentos da percussão da azul e amarelo, o mestre de bateria, Casagrande, criticou a demora na confirmação dos ensaios técnicos. Para ele, os desfiles antes do carnaval dão a chance de o público que não pode pagar pelos ingressos de aproveitar a festa do mesmo jeito.
– Queríamos mais tempo (antes da confirmação). Não tivemos como confeccionar todas as camisas. Não entendemos porque insistem nisso, porquê a prefeitura não liberava. Essa é uma festa para o povo que não tem condições de pagar caro. E é uma oportunidade para nós de mostrarmos que o samba é samba, independente do que aconteça – afirma Casagrande.
A Mocidade vai falar sobre a passagem do tempo na Avenida, com o enredo “Eu sou o tempo. Tempo é vida”. A escola de Padre Miguel vai encerrar a segunda-feira de carnaval. Neste domingo, foi preciso esperar, e esperar, até o ajuste do carro de som. Nem a espera, que se alongou por cerca de 30 minutos, desanimou o público, instigado a se levantar pelos integrantes da verde e branco.
Gilson Lopes se preparava para entrar pelo sexto ano na Sapucaí ao lado dos integrantes. O início da paixão foi com a frequências aos ensaios. De lá, não saiu mais. Empolgado, espera ser a primeira de três vezes que vai desfilar este ano, pois já conta estar presente também no Desfile das Campeãs.
– Antes eu saia no Acadêmicos da Santa Cruz. Mas depois, quando conheci a Mocidade de perto, mudei – diz Lopes, prevendo bons resultados. – Esse ano viemos para a briga. E vamos mostrar o que aprendemos.
E haja fôlego. A aposentada Redice Amorim planeja desfilar em cinco escolas, entre elas, a Mocidade. Já com samba no pé, enquanto aquecia para entrar, apostou que já são campeões.
– Apesar do caos que foi para nos organizarmos para esse carnaval, com problema de verba, deu tudo certo. Nosso enredo é lindo. Acho que é um dos melhores. Estou há cinco anos na escola, e já conheço todo mundo, e estamos unidos, com tudo para cima. A comunidade veio junto, no barracão. A expectativa está a melhor possível – conta.
Encerrando o primeiro dia de desfile do Grupo Especial, a escola do Morro do Borel também fechou a noite de hoje. A Unidos da Tijuca fala do pão e sua relação com a fome e a religiosidade, com o enredo “Cada macaco no seu galho. Ó, meu Pai, me dê o pão que eu não morro de fome!”. O tema, diz a pedagoga Janaína da Silva, é importante, por ser atual.
– Fala da fome, e é o que o povo está vivendo – afirma a integrante, há mais de cindo anos na escola.
A amiga Vera Lúcia Sanches de Freitas ao lado cumprimentava quem passava.
– Fazemos muitos amigos a cada ano, o que é muito bom. Ainda mais eu, que saio em muitas escolas. Ainda estou tentando vaga em algumas, e vou ver se o corpo vai aguentar – ri a comerciante.
O mestre de bateria da Unios da Tijuca, Casagrande, disse que o dia é para celebrar uma festa para o povo. A ocasião também é para ficar de olho e fazer ajustes antes de encarar a Avenida para contar pontos.
– Essa é a chance de ter contato com o nosso povo. E os ensaios também nos ajudam a ver a bateria junta, fazer uma passagem antes de ser para valer. Ainda dá tempo de ajustar, caso precise, para acertar no dia – observa Casagrande. – Desejo um bom carnaval para todos, com o ano que estamos passando, só queremos trazer alegria.