Cerca de seis mil agressões sexuais foram relatadas entre 2017 e 2018 por usuários e motoristas do Uber, bem como por terceiros, nos Estados Unidos, informou a empresa em um relatório de segurança publicado nesta quinta-feira (5/12).
É a primeira vez que o Uber publica um relatório dessa natureza, em meio à crescente pressão que, como seu concorrente americano Lyft, enfrenta a multiplicação de reclamações de usuários que foram vítimas de agressões.
Durante um período de dois anos, a companhia recebeu 464 denúncias de estupro e 587 tentativas de estupro.
As outras agressões sexuais entraram em categorias como beijos ou contato com partes íntimas ou tentativa de contato.
Embora o número de reclamações tenha aumentado de 2017 para 2018 em três das cinco categorias – incluindo estupro e contato corporal -, o serviço de transporte destacou uma redução geral na “taxa de incidentes”, com base no fato de que no ano passado foram realizadas mais viagens do que durante o anterior.
“Apesar de serem incomuns, cada uma destas denúncias representa um indivíduo que se animou a compartilhar uma experiência intensamente dolorosa. Apenas uma denúncia já é muito”.
O Uber também relatou 10 “ataques físicos fatais” relacionados ao seu serviço em 2017 e nove em 2018.
“Durante 2017 e 2018, ocorreram 19 agressões físicas fatais de um total de 18 incidentes relacionados ao Uber”.
Do número total de vítimas, oito eram passageiros, sete motoristas e os demais terceiros, incluindo pedestres, informou a empresa.
O Uber também divulgou estatísticas sobre acidentes fatais: 97 ocorrências em 2017 e 2018, que deixaram o total de 107 mortos.
O grupo destaca que a taxa de mortalidade caiu de 0,59 para 0,57 de 2017 para 2018 por cada 100 milhões de milhas rodadas, um nível que representa “cerca da metade da taxa nacional” nos Estados Unidos.
A Lyft, rival do Uber que tenta apresentar uma imagem de empresa com maior responsabilidad social, enfrenta uma série de ações por agressão sexual ou estupros supostamente cometidos em veículos registrados em sua plataforma.
Na quarta-feira, 20 mulheres apresentaram ações contra a Lyft em São Francisco, que foram somadas a outras 14 iniciadas em setembro.
O número total de ações é desconhecido, mas os processos levaram Uber e Lyft a anunciar várias medidas para tentar melhorar a segurança dos passageiros.
“De 2017 a 2018, o Uber sofreu uma redução de aproximadamente 16% na taxa média de incidentes nas cinco categorias mais graves de agressão sexual. Além disso, houve reduções nas taxas de cada uma das cinco categorias individuais”, apontou o relatório.