SÃO LUÍS – Nesta segunda-feira, 18, a Universidade Federal do Maranhão divulgou a Resolução Nº 1.999-Consepe. Ela estabelece o Calendário Acadêmico Especial da Graduação, antecipando o período 2020.3. Sendo um período especial, o docente não será obrigado a ofertar o componente curricular nesse período, além de as aulas serem ministradas de forma remota, por conta do isolamento social.
Após a suspensão do calendário acadêmico e das atividades presenciais, muitas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) estão buscando formas de retorno às atividades acadêmicas. No caso da UFMA, realizou-se uma consulta à comunidade acadêmica (docentes, discentes e técnicos administrativos), iniciada no dia 4 de maio. A consulta, que foi coordenada pela professora Li-Chang Shuen Cristina Silva Sousa, vice-coordenadora do Mestrado Profissional em Comunicação, e por Anilton Maia, Superintendente de Tecnologia da Informação, constatou que a maior parte da comunidade apoia a ideia do retorno, por meio do uso das tecnologias de ensino, sem encontros presenciais e com condições bem-definidas.
O relatório da consulta comprova que, de um total de 1.984 docentes, 1.294 já responderam ao questionário, o que equivale a 65,22% do quadro. Quanto às respostas dos professores, o apoio absoluto e o apoio condicionado às especificidades de cada disciplina ao retorno das atividades acadêmicas de forma remota é de 67%. Já no caso dos estudantes, de um total de 20.457 discentes, 10 mil já preencheram o formulário, o que representa 48,88% do comunidade estudantil. Quanto às respostas, o apoio absoluto e o apoio condicionado às especificidades de cada disciplina ao retorno das atividades acadêmicas de forma remota é de 70,2%. A pesquisa ainda está recebendo questionários e vai até o dia 30 de maio.
“A qualidade estatística dos dados coletados nos permite visualizar segmentos vulneráveis ao acesso às atividades remotas, permitindo atender à parcela de alunos digitalmente excluídos de forma equitativa”, explica Li-Chang Shuen.
AUXÍLIO AO ENSINO REMOTO – Ministrar aulas remotamente, para alguns docentes, deve ser um desafio. Para auxiliar os professores com essas dificuldades, a Diretoria Interdisciplinar de Tecnologia da Educação (DINTE) vem realizando uma série de cursos para a formação do professor que precisa aprender a usar recursos de EAD. Esses recursos estão todos disponíveis no portal “PRA EAD”. A DINTE também realiza os webinários sobre vários assuntos ligados à produção de recursos, como direitos autorais e utilização do celular para realizar aulas. Todo o material está disponível na plataforma da DINTE e pode ser acessado pelos professores.
EXECUÇÃO – De acordo com a Pró-Reitora de Ensino, professora Isabel Ibarra, os critérios para o funcionamento do que será ministrado estarão sob a execução das coordenações. “Cada subunidade deverá estabelecer critérios de oferta de componentes curriculares em que os docentes e discentes, de maneira voluntária, participarão seja na realização de atividades complementares (webinários temáticos, cursos livres, etc), orientação e defesas de TCC seja na oferta de disciplinas ou módulos conforme o Plano Pedagógico dos Cursos de graduação. No caso do Colégio Universitário, o conselho do colégio definirá o calendário para reposição”, explicou.
No caso dos TCCs, os discentes que estiverem elaborando o Trabalho de Conclusão de Curso poderão continuar a desenvolvê-lo, remotamente, junto aos seus orientadores. Já aqueles que optaram por desenvolver uma peça prático-experimental deverão aguardar o retorno das atividades presenciais, a fim de garantir a segurança da comunidade acadêmica.
Para este ano, as férias marcadas para o período de julho e agosto estão mantidas. A partir da divulgação do novo calendário acadêmico, será estabelecido o período de férias para o ano de 2021.
O professor Natalino Salgado, reitor da UFMA, explica que a decisão pelo retorno remoto e facultativo, em período especial, foi fruto de uma ação conjunta: “A UFMA construiu coletivamente a proposta do calendário especial e do retorno das atividades acadêmicas. A gestão dialogou com todos os diretores dos Centros e dos Câmpus, de São Luís e do Continente, que discutiram esse formato com o corpo docente. Também fizemos uma ampla pesquisa, cujo resultado apontou na direção do que determina a Resolução. A preocupação maior é garantir a segurança da comunidade universitária e a continuidade do calendário acadêmico, sem prejuízo aos discentes”, enfatizou.