A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Undime, comemorou os resultados preliminares das escolas no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021, divulgados nesta sexta-feira, 16, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O Inep divulgou os resultados do Saeb, por escola e rede, bem como os do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Nesta edição de 2021, 5.320.116 estudantes realizaram a prova, representando uma participação de 71,27% dos alunos previstos. Segundo o presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, do estado de São Paulo, os números expressivos que dão confiabilidade aos resultados, ao tempo em que refletem o esforço das redes municipais e estaduais de educação para avaliar a aprendizagem de seus estudantes, em um cenário adverso de pandemia. “O momento, para estados e municípios, é de celebração da vida e dos resultados possíveis alcançados”, afirma.
Luiz Miguel Garcia lembra que, em fevereiro de 2021, segundo a 4ª onda da pesquisa sobre oferta da educação na pandemia, promovida pela Undime, com o apoio do Unicef e do Itaú Social, quase 70% das redes respondentes concluíram o ano letivo de 2020, no próprio ano, sendo que 91,9% cumpriram este calendário com atividades pedagógicas não presenciais.
Ressalta ainda o fato de que 63,3% das redes respondentes planejavam iniciar o ano letivo de 2021, ainda, de maneira remota. “Esse cenário foi atenuado no segundo semestre, quando se intensificou o retorno às aulas presenciais, principalmente devido à segurança oferecida pela ampliação do processo de vacinação dos profissionais da educação”, destaca o dirigente da Undime.
Luiz Miguel Garcia considera importante comemorar os resultados do Saeb, os quais demonstram que a queda nos níveis de proficiência foi menor do que a esperada, salvo no desempenho das crianças que se encontravam em processo de alfabetização, cujo impacto foi mais significativo.
“De modo geral, não se evidenciou um possível retrocesso de 20 anos, como muitos anunciaram, visto que a defasagem na aprendizagem demonstrada pela avaliação poderá ser superada em poucos anos”, assinala.
O Saeb 2021 também atesta os efeitos mais acentuados da pandemia nas redes de ensino com menor infraestrutura, que não puderam oferecer conectividade a seus estudantes e professores. Isso foi agravado pela condição socioeconômica das famílias mais vulneráveis, cujos estudantes não tiveram acesso às condições mínimas de aprendizagem na oferta de ensino não presencial.
No entendimento do dirigente nacional da Undime, os resultados do Saeb oferecem exatidão e fidedignidade, possibilitando de maneira confiável a comparabilidade em “âmbito local”. “É importante que as redes municipais se debrucem sobre os seus resultados e de suas escolas, reunindo seus profissionais da educação para analisar o impacto da pandemia na aprendizagem dos alunos, a partir de leituras comparativas com as edições anteriores”, recomenda Luiz Garcia.
Nesta edição o Ideb foi severamente comprometido pela aprovação maciça dos estudantes, causada pela implementação do continuum curricular, o que elevou a quase 100% a taxa de aprovação, encobrindo a queda no desempenho da aprendizagem e distorcendo, significativamente para maior, a sua média final. Assim, é necessário evitar o uso do Ideb 2021 para qualquer tipo de leitura de resultados educacionais, comparações e/ou ranqueamentos, pois, o mesmo não se apresenta como uma medida tecnicamente adequada e apropriada, podendo gerar uma interpretação equivocada e uma falsa ideia de que não houve perda de qualidade no ensino no período.