Vem aí o volume 2 do disco O Amor no Caos – o primeiro volume lançado em maio foi o 11° álbum autoral de Zeca Baleiro. O cantor e compositor classifica o disco 1 com canções “mais supostamente radiofônicas”.
O segundo será diferente: “Mais acústico, reflexivo e emocionado”. O primeiro volume gravou músicas feitas em parceria com Paulinho Moska e dois artistas de rap, Cynthia Luz e Rincon Sapiência.
Neste novo, que sairá ainda esse ano, são sete canções só dele (o volume 1 tinha apenas quatro composições sem parceiros entre as 11 faixas).
O disco terá ainda uma música com o compositor do Maranhão Marcos Magah; um poema musicado do francês Tristan Corbière (1845-1875), e uma versão feita com o letrista Léo Nogueira, da música So Long, Marianne, da obra do cantor e poeta canadense Leonard Cohen, falecido há três anos.
O caos da realidade
Quando foi lançada a série O Amor no Caos, a primeira questão que veio: a que caos se referia Zeca Baleiro?
“Este caos do título é o caos da existência, do big bang, o caos cósmico. Sempre achei que a vida é mesmo um grande caos. E que tudo que surgiu de ‘civilizatório’ foi para dar sentido a essa desordem inerente à vida. E nada mais civilizatório do que o amor. E aqui falo menos do amor romântico e mais do amor cotidiano – afeto, empatia, compaixão”, explica.
“É um difícil exercício, ainda mais em meio a essa pobre e tenebrosa polarização política. Como ter empatia por alguém que pensa e age de um modo exatamente oposto ao seu? Quando as visões de mundo se chocam desse jeito, é muito difícil praticar esse ‘amor’. Mas é necessário investir nisso, não vejo outra saída”.
Projeto voltado às crianças
Com uma carreira diversificada que inclui, além de CDs e DVDs, livros, direção de outros artistas (parte pelo seu selo Saravá) e produção musical para teatro e cinema, uma experiência deixa o inquieto Baleiro em êxtase: os projetos para crianças.
Este ano, ele faz shows com o Zoró Zureta, em que reúne canções de dois álbuns infantis lançados por ele.
“Rapaz, é tão bom que às vezes penso em largar tudo e só fazer isso. Fazer uma cruzada por escolas e teatros do país, algo assim. Infelizmente isso ainda não é possível. Mas é muito bom ver as crianças se divertindo com minha música, que quer respeitar a inteligência dela e a dos pais.”
Zeca Baleiro diz que está em andamento um CD de sambas autorais, com produção do Swami Jr., e um outro que ele chama de “bregas psicodélicos”, com produção do Érico Theobaldo. E, ainda, um de releituras de sucessos da carreira, chamado Remake e produzido por Sergio Fouad. “Não sei quando serão lançados, vai depender do andar da carruagem”, avisa.
“Mas estou preparando outro para lançar só em Portugal em 2020, em que eu vou cantar autores portugueses contemporâneos”, ressalta. “E lanço em setembro, pelo meu selo, o segundo disco da Patativa, sambista maranhense de 83 anos. Há duas trilhas de cinema também, filmes que serão lançados ano que vem.”